Setecidades Titulo Infraestrutura
Região investe 17,28% do valor arrecadado com saneamento

Só R$ 119,6 milhões dos R$ 691,9 milhões recolhidos em 2012 foram aplicados na área

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
28/08/2014 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Levantamento do Instituto Trata Brasil divulgado ontem aponta que apenas 17,28% do montante arrecadado pelas companhias de saneamento das quatro cidades da região incluídas entre as 100 maiores do País – Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá – em 2012 foi revertido em investimento para a melhoria dos índices de coleta e tratamento de água e esgoto.

De acordo com o estudo, feito com base nos dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), juntos, os quatro municípios arrecadaram R$ 691,9 milhões em 2012, mas investiram somente R$ 119,6 milhões. O menor percentual foi observado em Santo André (2,57%), seguida por Diadema (9,26%), São Bernardo (22,78%) e Mauá (38,19%).

O baixo índice de aplicação de recursos em obras tem como reflexo a demora para que a universalização dos serviços seja alcançada, afirma o presidente executivo do instituto, Édison Carlos. “O dinheiro da arrecadação está virando caixa ao invés de ser investido em saneamento. Enquanto isso, as cidades continuam crescendo”, diz.

Apenas Diadema apresentou queda no ranking em relação ao divulgado em 2013 (passou do 35º para o 48º lugar). As demais cidades melhoraram sua posição: Santo André subiu da 26ª posição para a 24ª, São Bernardo, da 39ª para a 38ª, e Mauá, da 62ª para a 57ª. O mapeamento é liderado por Franca, no interior do Estado, e na última posição está Porto Velho (Roraima).

Para o presidente, os números evidenciam cenário preocupante, tendo em vista os avanços tímidos, principalmente em relação ao tratamento de esgoto, nos últimos anos. “Estamos falando das maiores cidades do País. Não são municípios sem recursos”, considera.

Mauá foi a única que obteve melhora no índice de tratamento de esgoto entre 2011 e 2012 (saltou de 4,72% para 6,27%). As demais tiveram queda no período: Santo André (de 33,51% para 32,82%), São Bernardo (de 20,98% para17,32%) e Diadema (de 22,29% para 11,14%). “O Grande ABC precisa melhorar. Os índices são muito baixos para uma região tão importante economicamente”, ressalta Carlos.

As melhorias necessárias, segundo o presidente, não dependem de milagre, mas sim de comprometimento dos gestores públicos. “Tem de investir na construção de estações de coleta e tratamento ou em obras para interligar o esgoto coletado às estações”, destaca.

Companhias destacam obras para ampliação do tratamento

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informou que tem planos de investir R$ 370 milhões em São Bernardo nos próximos quatro anos. Já sobre Diadema, a companhia destacou que assumiu o serviço na cidade em março. Até então, o saneamento era responsabilidade da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema). A promessa é investir R$ 159 milhões até 2042.

O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) destacou meta de chegar a 54% de tratamento de esgoto em 2015 e 96% em 2025. Para isso investe R$ 44,4 milhões em coletores tronco e redes coletoras.

A aposta da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) para tratar 100% do esgoto coletado em 2015 é a entrega da ETE (Estação de Tratamento) da cidade, em dezembro. Estão sendo investidos R$ 170 milhões nas obras. 




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