Automóveis Titulo Comparativo
Linea e Cerato em um
duelo de gente grande

Modelo da Fiat se aventura entre os sedãs
médios ao chamar o Kia renovado para a briga

Lukas Kenji
Do Diário do Grande ABC
27/08/2014 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


O complexo de identidade não saía da cabeça do Linea. Perdia noites de sono sem saber se era sedã compacto ou médio. Após uma longa sessão de terapia, a Fiat concluiu a análise: “Você não faz parte da família dos médios, Linea. Mas pode se considerar como tal, afinal, tamanho não é documento”, decretou.

Com a autoestima lá em cima, o três-volumes se cresceu para cima do Cerato, que também está de bem com a vida após uma cirurgia plástica. O bisturi da Kia tirou uns pneuzinhos do modelo, a fim de conferir um aspecto mais fitness e elegante. Aliás, o feito permitiu ao sul-coreano subir um degrau na categoria.

O procedimento foi um sucesso. O veículo ganhou linhas fluidas, que unem esportividade e requinte, como comprovam os conjuntos óticos.

É uma estética mais moderna em relação ao Linea, que preferiu aparar as pontas a ousar no corte. A extremidade traseira recebeu mais atenção. A placa ganhou o porta-malas. É a tal da moda vintage. O sedã quis reviver os tempos de Marea e do velho Siena. Dizem por aí que o carro era mais vistoso antes do tapa no visual.

Mas na parte de dentro, o modelo mexeu até na cor. O acabamento inspirado no Punto deu ao Linea status de high society. E a mistura entre estética e ótimos materiais supera, inclusive, o conjunto oferecido pelo adversário. 

Assim também o faz no quesito motor, levando em consideração os números puros. Desfila um bicombustível 1.8 de 132 cv a 5.250 rpm e 18,9 mkgf a 4.500 rpm. No entanto, o propulsor 1.6 (Flex) do Kia quase se equipara ao rival, mesmo sendo menor. Tem o ponto fraco de atuar em rotações maiores – entrega 128 cv a 6.000 rpm e 16,5 a 5.000 rpm (sempre com etanol) –, mas o ponto forte de trabalhar com uma transmissão mais bem ajustada. Não que a caixa automática de seis velocidades seja um primor, mas é mais disposta ante o câmbio automatizado de cinco marchas da Fiat.

A marca, que para fazer jus ao dito na terapia do Linea, implementou diversos recursos no carro, tornando a oferta de R$ 66.450 atrativa. Há ar-condicionado digital, rádio com CD e MP3 player, travas e vidros elétricos, rodas de liga leve aro 17, volante multifuncional em couro e sensor de estacionamento traseiro. Sistema de navegação e sensor crepuscular e de chuva são opcionais – no Cerato, nem isso. O Kia de R$ 71,9 mil, porém, traz o diferencial da climatização de duas zonas e direção elétrica.

VEREDICTO

O Fiat Linea mostra que tem talento de gente grande e vence o comparativo. Com atributos para servir de opção aos sedãs médios tradicionais, dispõe de desempenho decente, entrega bom pacote de equipamentos além de custo-benefício elogiável. O Kia Cerato, todavia, não pode ser descartado. O veículo equilibra bons atributos entre mecânica e conforto, além de visual atraente.




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