Na base da cautela, o PTB vislumbra atrair para seus quadros o deputado estadual Orlando Morando (PSDB-São Bernardo). O tema é avaliado em sigilo pela cúpula do PTB de São Bernardo.

Um convite oficial só não foi feito ainda porque os petebistas temem que a sondagem possa implicar na perda de mandato do tucano, pela Lei da Fidelidade Partidária.

A norma autoriza a mudança de sigla apenas nos casos de fusão ou criação de um novo partido político, desvio reiterado do programa partidário ou em casos de discriminação pessoal.

Integrantes da direção estadual do PTB também atuam diretamente no circuito pela filiação de Morando. Publicamente, o assunto é negado. "O que existe de verdade nisso é que o Orlando é meu amigo", despistou o presidente estadual do PTB, Campos Machado.

Morando nega qualquer possibilidade de deixar o tucanato. "Isso são boatos, estou tranquilo no PSDB", alegou. Apesar da negativa de Morando, o parlamentar não tem apoio total no ninho tucano.

Candidato do PSDB à Prefeitura de São Bernardo em 2008, ele foi derrotado no segundo turno para Luiz Marinho, que reconduziu o PT ao comando da cidade após 16 anos. Foi durante o pleito que Morando se desentendeu com o então prefeito e atual deputado federal William Dib (PSDB). Até hoje a rusga ainda não foi curada.

Em março de 2012, o deputado ensaiou disputar as prévias tucanas para escolher o candidato a prefeito,mas abdicou da ideia para atuar na coordenação de campanha do ex-governador José Serra na disputa pela prefeitura da Capital.

O racha no ninho tucano vem reduzindo o espaço de Morando no partido e pode complicar a definição das parcerias políticas dele em 2014.

A única garantia de aliança é com o ex-prefeito de Rio Grande da Serra e atual chefe de Gabinete na Prefeitura de Diadema, Adler Kiko Teixeira (PSDB). Na possível dobrada, Kiko sairia candidato a deputado federal e Morando pleitearia mais um mandato como parlamentar estadual.