Política Titulo Entrevista
Auricchio: PSDB fará ato de
Alckmin e Aécio na região

Atividade de campanha deverá ocorrer na primeira
quinzena de setembro; dia oficial depende de agenda

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
24/08/2014 | 07:47
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Denis Maciel/DGABC


Ex-prefeito de São Caetano e um dos formuladores do plano de governo dos projetos do PSDB à Presidência da República e ao governo do Estado, José Auricchio Júnior (PTB) revela que na primeira quinzena de setembro será realizada, no Grande ABC, atividade conjunta entre o presidenciável tucano, Aécio Neves, e o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que concorre à reeleição.

De acordo com Auricchio, que atualmente comanda a Secretaria do Estado de Esporte, Lazer e Juventude, a região possui “grande potencial”. Ele diz que o evento só não foi oficializado ainda por readequação de agenda após a morte de Eduardo Campos, ex-presidenciável do PSB, vítima de acidente aéreo no dia 13. “As campanhas do Aécio e do Geraldo vão focar seus esforços aqui na região, entendendo a grande representatividade que possui.”

O petebista realiza também ampla avaliação da corrida presidencial. Para Auricchio, o ingresso da ex-senadora Marina Silva, encabeçando agora a chapa do PSB, precisa ser atestado. “Ela vai precisar mostrar quais são os seus conceitos governamentais, seus planos no mercado econômico. É preciso saber o quanto ela evoluiu nos últimos quatro anos”, destaca, relembrando desempenho da socialista no pleito de 2010, quando ela recebeu 20 milhões de votos.

Em relação às modificações na estratégia de campanha, o secretário estadual é enfático. “No trabalho feito até aqui não precisa mudar. O que o Aécio começou a fazer é acelerar sua frente de exposição, pois, entre os principais candidatos, ele passou ser o menos conhecido.”

Auricchio critica o tom eleitoreiro adotado nas peças publicitárias da presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, e alega haver “disparidades entre propaganda divulgada com a realidade brasileira”. “Há uso excessivo da imagem do ex-presidente Lula nas inserções petistas. Ele não é mais candidato”, avalia.

A campanha presidencial do PSDB realizou suas atividades iniciais no Grande ABC. Existe estratégia de se explorar a região mais nessa segunda parte de processo eleitoral?
Sim. O Grande ABC tem um enorme potencial. Tanto que as campanhas do Geraldo Alckmin (ao governo do Estado) e do Aécio Neves (à Presidência da República) vão focar esforços por aqui. Grande evento será realizado, provavelmente até a primeira quinzena de setembro, justamente para expor a imagem dos dois candidatos juntos em um local expressivo, de representatividade. Já era para estar confirmado. Só não foi por conta dos compromissos atrasados da semana em que faleceu o Eduardo Campos (candidato à Presidência, pelo PSB, que morreu no dia 13, vítima de acidente aéreo). Nesta semana reunião vai confirmar esse encontro, envolvendo significativa mobilização, com a presença de importantes lideranças. Esse evento deverá visitar apenas duas cidades, pois será apenas em um dia, mas a intenção é depois voltar para novas ações por outro municípios.

Passada metade do processo eleitoral, qual avaliação o sr. tira do foi mostrado?
É uma campanha atípica, pois se dividiu. Quando começou, foi junto com a Copa do Mundo, muito incipiente e pouco falada. Depois começaram as atividades e, quando a propaganda eleitoral na televisão iria começar, que é o grande impacto, tivemos a trágica morte do Eduardo. Mudou tudo, foi uma comoção nacional e perda significativa. E com isso, um novo choque, que seria a TV, está alterado. Tanto que o período de comoção perdura. O processo foi novamente modificado com ascensão da ex-senadora Marina Silva assumindo a cabeça da chapa do PSB. O que eu vejo é que, com todas situações, uma ficou clara: a de que haverá segundo turno. Não sabemos com quem, mas a certeza é de que teremos (etapa final).

Como será enfrentar a novamente a ex-senadora Marina Silva na corrida presidencial?
Ela tem muito a atribuir ao processo. Primeiro, por sua história de vida e por trazer consigo 20 milhões de votos, conquistados na última eleição (em 2010, Marina. então pelo PV, ficou em terceiro lugar na disputa presidencial). Há toda sua articulação em montar nova frente, mas que infelizmente não conseguiu se viabilizar no período adequado (partido de Marina, a Rede Sustentabilidade não recebeu aval da Justiça Eleitoral antes de outubro de 2013). Ela ingressou então no PSB, com história própria, de Miguel Arraes (ex-governador de Pernambuco) e que tinha como principal expoente o Eduardo Campos. O Eduardo maestrava toda a coligação, alavancando sua evolução. Agora, cabe a Marina mostrar. Pelo jeito não começou bem, pois já houve algumas rupturas na coordenação. Outras dificuldades estão por vir. A ex-senadora precisará mostrar quais são os seus conceitos em relação ao mercado financeiro, ao agronegócio, sua forma de governar. Este período agora vai, de fato, mostrar qual é o papel da Marina na sucessão presidencial.

A campanha de Aécio Neves muda com a entrada da Marina Silva?
Não altera o trabalho, embora reforce uma frente. A entrada da ex-senadora faz com que o Aécio tenha necessidade de se mostrar mais, pois agora ele passa a ser o candidato mais desconhecido na disputa. Há esforço da campanha em se acelerar a frente de exposição. Sua agenda foi aumentada e não mais de maneira paulatina como estava prevista.

E em relação aos discursos e estratégias?
O senador Aécio Neves significa mudança com segurança. Há amplo desejo na população pela renovação. Então, os dois candidatos de oposição mostram que são a mudança. No entanto, o diferencial dele é mostrar sua segurança em governar. Ele possui histórico de trabalho bem realizado à frente do Estado de Minas Gerais, de homem honrado, com folha de serviços prestados. Esse é o confronto com a Marina Silva, pois a imagem que temos dela é de quatro anos atrás. Precisamos ver agora como foi a sua evolução, quais suas posições para trazer a mudança que o Brasil necessita. O que tínhamos até agora era a postura do Eduardo Campos.

O sr. acredita que o senador Aécio Neves leva vantagem sobre Marina Silva para o segundo turno?
Tenho convicção e muita segurança. Acho que ainda tem esse eleitor emocional, que num primeiro momento migrou seu voto para a Marina. O momento é da renovação e com a segurança. A campanha do Aécio ainda tem muito para mostrar e quando isso ocorrer, no decorrer no processo, acredito em considerável crescimento do senador Aécio. A presidente também perderá voto, não do petista, mas daquele que não correr mais riscos, tanto na Economia, quanto na Saúde e outras áreas.

Como o sr. avalia a campanha da presidente Dilma Rousseff?
A presidente Dilma tem trabalhado em mostrar os feitos de seu governo. No entanto, há disparidade entre a propaganda com a realidade do País. Temos crise econômica em ascensão, crise energética significativa, sem contar os escândalos (de corrupção). A propaganda está muito bonita, mas longe de concordarmos. Outro fator, é o uso excessivo da imagem do ex-presidente Lula. Ele não é mais o candidato. A candidata é ela.

Em relação à disputa pelo governo do Estado? Como o sr. avalia?
As pesquisas estão mostrando liderança bem consolidada do governador (Geraldo) Alckmin (PSDB). Eu acredito nesta consolidação, pois a campanha está estruturada nos feitos de sua gestão e a população aprovou.

O sr. acredita em vitória no primeiro turno?
Temos de ter o pé no chão, mas acho que é possível sim, principalmente por esta posição alcançada.

O sr. disse que um candidato que busque à reeleição se norteia pelos feitos de sua gestão. Isso é o que está sendo o diferencial na campanha do Geraldo Alckmin?
O Estado de São Paulo tem governo de inovação e desenvolvimento, É muito forte o serviço de trazer desenvolvimento equilibrado, não só, sustentável. O governador, além de muito trabalhador, é extremamente dedicado a questões públicas, humilde e tem um senso de justiça e equilíbrio muito grande. Isso é comprovado, por todas as regiões do Estado, já que receberam a atenção necessária. A região do Grande ABC, em especial, tem todo um olhar do governo. Aqui se concentraram o maior número de Fatecs (Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo) e Etecs (Escolas Técnicas Estaduais de São Paulo). Nós temos Saúde pública extremamente estruturante.

Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin assinou o contrato que viabilizará Linha 18-Bronze, que ligará a região ao sistema metroviário da Capital. Como sr. avalia essa conquista?
Vou parafrasear o governador: foi um dia histórico para o Grande ABC. É uma marca, um ganho e um grande impacto que trará à região. Acho que nunca houve uma ação que governo que tivesse tal impacto. É a primeira vez que recebemos um trabalho de transporte de massa de tamanha qualidade, de alta performance. O Consórcio Intermunicipal precisa ser parabenizado, pois foi ali que, com o então governador José Serra, em 2007, durante uma reunião informal, que foram iniciados os estudos. O governador veio para inaugurar uma unidade da Fatec em São Caetano e lá a conversa evoluiu e hoje, graças ao envolvimento das prefeituras, dos governos federal e estadual, conseguimos essa importante conquista.

O candidato Paulo Skaf começou sua campanha na TV de maneira mais ríspida contra o governo. O que o sr. acha dessa postura?
Acho que isso é uma tática que não leva a lugar nenhum. O paulista quer ouvir propostas, sobre Transporte, Saúde. São Paulo é um Estado-Nação e para governar é preciso ter experiência. Alckmin tem história na vida pública que os outros não tem.
 




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