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Default argentino e o alerta ao Brasil

Crônica de uma morte anunciada. É assim que podemos chamar o atual ‘calote técnico’...

Do Diário do Grande ABC
23/08/2014 | 09:45
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Crônica de uma morte anunciada. É assim que podemos chamar o atual ‘calote técnico’ que a Argentina deu nesta semana e que já vinha há meses sendo delineado. Em resumo, a Argentina está incapacitada judicialmente de pagar sua conta com detentores de sua dívida, mesmo possuindo os recursos para tal. Respeitadas as devidas proporções, o clube de futebol Botafogo, do Rio de Janeiro, passa por situação semelhante: penhora judicial impossibilita o pagamento dos débitos correntes desse clube carioca.

A origem desses dois casos é uma só, a irresponsabilidade fiscal: gastar mais do que se arrecada. Cedo ou tarde a bomba explode. Mas, diferentemente do episódio de 2001 – quando o calote argentino foi muito maior e por falta de recursos –, desta vez a situação é ‘menos pior’, mas sinaliza a todos a importância do superavit primário como termômetro do compromisso (ou da falta de) da administração pública com seus credores.

As partes seguem tentando, mas em cenário onde ninguém está disposto a ceder, tecnicamente não dá para dizer que há negociação e sim jogo de empurra onde todos levam a pior. Logo, fica difícil imaginar que o juiz Grieza, que está à frente do caso na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, aponte para o mercado com boas novas. O mais provável é que os atuais detentores de parte da dívida, que desde 2005 não aceitam a renegociação imposta pelo governo argentino, chamados de holdouts pelo mercado e de ‘abutres’ pelo governo argentino, acabem vendendo esses títulos para outros investidores a preço inferior ao que desejam, mas superior ao oferecido na atual renegociação. Caso isso aconteça, a Argentina ganha mais dois ou três anos de alívio antes que todo o imbróglio de renegociação reinicie mais uma vez.

Para os eleitores brasileiros, fica explícito por que devemos cobrar veementemente o cumprimento das metas de superavit primário. O atual caso de nossa vizinha exemplifica de maneira real as consequências que constantes deficits em conta-corrente causam na economia de qualquer país. E com o Brasil também não será diferente, no caso de continuarmos nessa vertente interminável de deficits que nos levam a um único destino: a falta de dinheiro para pagamento da dívida.

Resta ao próximo presidente da República do Brasil o compromisso invariável com o superavit primário, a fim de evitar que passemos por aperto compulsório semelhante ao que derrubou com força o mercado argentino semana passada e colocou nossa vizinha em estado de calote pela oitava vez na história.

Rafael Borim é bacharel em Relações Internacionais e especialista do Instituto Millenium.


Palavra do leitor

Em Brasília
Ao ouvir o noticiário na TV no dia 20, não fosse trágico eu até acharia engraçado. O secretário de Saúde do Distrito Federal disse a seguinte frase: ‘O povo precisa parar com o mau hábito de procurar hospital à noite’. Fala que é de causar repulsa! Ora, senhor secretário, o povo te responde: ‘O governo precisa começar a ter o bom hábito de devolver os serviços essenciais com qualidade e com o mínimo de respeito aos cidadãos. Se a administração que aí está não consegue gerir, ou seja, gerenciar a Saúde nem em Brasília, imagina nas outras cidades do Brasil!’ É, povo, precisamos mudar esse cenário!
Rosângela Caris
Mauá

Confusa
Com veste vulgar, marcada grosseiramente pelo drapejamento, as aparências e a fábrica de transformação de mentiras em verdades, na caminhada enganosa pelos atalhos ilusórios alimentados no cocho da perdulariedade público-administrativa, a dinastia petista, madrasta de todas as oligarquias e feudos oriundos da ditadura, mais os resíduos anteriores, parece estar no fim! Dilma dá banho de ausência na sustentação de tantas mentiras, se batendo, ainda em últimos suspiros, como secta de um princês, transformando, agora por teimosia, a evidência incontestável! Pela emoção, mais uma vez o Brasil parece acordar, e talvez arrisque tiro para o alto, implantando, quem sabe, hiato em tantos horrores que o arrastam para a vala! Tomara que as coisas mudem, antes que a última pá de cal seja sedimentada! Não dá mais para segurar tanta imoralidade política! Lula e Dilma ainda serão negados por seus próprios seguidores!
Paulo Rogério Bolas
Santo André

Aos eleitores
Todos os votos serão de importância singular, e sobre eles deveremos nos debruçar em cuidado, sabedoria e discernimento racional. Porém, o voto à Presidência da República será do corpo físico, metafórico, a cabeça. Devemos nos preocupar com aquilo que os presidenciáveis trazem em seus programas de governo quanto à Educação, pois todos os nossos males sociais são advindos da falta dela, que é medíocre desde os tempos do Império. Até quando vamos continuar com essas promiscuidades insensatas de ensino que chamamos de progressão continuada, vida acadêmica não presencial, certificados e diplomas de conclusão – primeiro e segundo graus – adquiridos no período de quatro meses, empresas que vendem teses, Trabalhos de Conclusão de Curso e outras mazelas criminosas? Será que permitiríamos que nossos filhos ou afetos sofressem intervenção cirúrgica, no coração, por exemplo, por equipe médica dirigida por ‘doutor’ formado num curso não presencial ou a distância? Pois, promessas de candidatos não transformam a Nação, porém o caráter e a vida pregressa deles nos dão sinais de que não podemos deixar de analisar.
Cecél Garcia
Santo André

Resposta
Em relação à carta do leitor Antonio Modamese (Catarata, dia 11), o AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Santo André esclarece que o paciente recebeu indicação para cirurgia de catarata, no entanto, só poderia ser submetido ao procedimento cirúrgico após realizar todos os exames pré-operatórios necessários, o que inclui exames completos em oftalmologia e de sangue. O AME esclarece também que o paciente passou por consulta com anestesista e, caso seja liberado pelo médico especialista, a primeira cirurgia poderá ser realizada ainda neste mês. Vale ressaltar que todos os exames realizados anteriormente pelo paciente continuam válidos e não será necessário refazê-los.
AME de Santo André

Vai sobrar...
As pessoas que podem acompanhar o que se passa no Congresso verão que em agosto tramitou a Lei de Responsabilidade Fiscal para o Futebol. Cabem várias perguntas: só o futebol merece atenção? E os outros esportes, principalmente os olímpicos? E os praticados nas escolas? Por que não há esportes universitários? Vai sobrar também essa conta, negociada pelo tal ‘Bom-Senso’? Só se escuta falar em ‘cartolas enriquecendo, clubes e arenas milionários, de corrupção, irracionalidades, inércia gerencial, descrédito geral dos cidadãos brasileiros, já muito penalizados pela alta carga de impostos, e que nos esfolam diariamente’. Haja ouvido para aguentar tudo isso!Jogadores ‘milhardários’ e aposentados à mingua, com salários que terminam no meio do mês, sem remédios, sem Segurança, sem saneamento básico, sem cuidados essencias etc. Vai sobrar de novo?
Maria de Mello
Capital




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