Vinte pessoas envolvidas com o PCC (Primeiro Comando da Capital) foram presas ontem pela Polícia Civil, entre elas um dos líderes da facção Márcio Vital dos Santos, 36 anos, detido em Santo André. O homem coordenava o tráfico de drogas em São Paulo e em outros Estados. As prisões, resultantes da Operação Sintonia Final Nacional, que começou às 6h, foram divulgadas na sede da Delegacia Seccional de São Bernardo, que coordenou a ação, com apoio de outros departamentos policiais. Entre os presentes estavam o secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella, e o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Luiz Maurício Souza Blazeck.

Durante quatro meses, escutas telefônicas permitiram à polícia localizar e monitorar os envolvidos. Santos, que também era conhecido como Vital, Kaue, Tucano e Bom Gosto, foi preso na casa onde morava com a mulher, na Vila Sacadura Cabral. Ele estava em liberdade desde fevereiro, quando saiu da penitenciária em Presidente Venceslau, onde cumpria pena por tráfico de drogas e formação de quadrilha. Segundo o delgado da Dise (Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes) de São Bernardo, Carlos Eduardo da Cunha, não houve resistência na abordagem.

Em Osasco, outro líder do PCC, Alexsandro Geronio, vulgo MK, também foi detido, na residência de sua sogra.

Com as prisões, a polícia acredita ter tirado de circulação a cúpula de rua da facção. “Entendemos que a quadrilha se encontra desarticulada, porque eles eram o elo entre o comando da facção e a rua”, falou Cunha.

“Conseguimos tirar de circulação líderes importantes e acreditamos que vai demorar algum tempo para a facção se rearticular, pelo menos da forma como era”, disse Grella.

A dificuldade de substituição se dá pelos perfis dos integrantes presos. “Eles são antigos dentro da facção e foram escolhidos pelo prestígio como criminosos. Vai ser muito difícil substituí-los, pois não tem gente com inteligência, de confiança e com preparo para ocupar essas posições imediatamente”, falou o delegado da Dise. Será solicitado à Justiça que os dois homens entrem no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) para dificultar a comunicação entre eles. “Nosso objetivo é extinguir a facção”, disse Cunha.

Durante a operação, uma autoescola de Diadema foi lacrada por emissão de documentos e habilitação para os criminosos vinculados ao PCC. O bairro onde funcionava o estabelecimento não foi divulgado. A ação foi realizada ainda em Santo André, São Caetano, Mauá, Osasco, na Capital e também em Ubatuba e Praia Grande, no Litoral. Foram apreendidos, no total, 150 quilos de maconha e três armas. Ao todo, 210 policiais civis foram mobilizados na operação.