O deputado estadual Alex Manente (PPS) articula junto ao governo do Estado alocar o ex-vereador Admir Ferro (PSDB), de São Bernardo, na Secretaria Estadual de Gestão Pública, hoje comandada pelo presidente do PPS estadual, Davi Zaia. Ferro foi vice de Alex na corrida eleitoral são-bernardense em outubro.

A indicação deve ser feita na próxima semana e reforça a aliança entre PPS e setores do PSDB na cidade. As siglas se uniram para tentar bater a reeleição do prefeito Luiz Marinho (PT), a despeito da contestação de tucanos influentes do município.

Alex reconheceu que pleiteia cargo para o aliado no Palácio dos Bandeirantes. "Estamos conversando. Se for concretizada (a indicação) solidificará ainda mais a nossa parceria política", disse.

O ex-vereador, no entanto, argumentou que não há definição sobre seu futuro político. "Desde que deixei a Câmara já me deram inúmeros cargos", despistou o tucano, que é advogado.

A sintonia entre Alex e Ferro pode se repetir em 2014. Os bastidores da oposição ao governo Marinho indicam que o popular-socialista poderia disputar, desta vez, uma cadeira na Câmara dos Deputados. O tucano, por sua vez, pleitearia novamente cargo de deputado estadual - tentou em 2010, sem sucesso.

O dilema é se Alex aceitará o desafio de concorrer a deputado federal e brigar pelo mesmo cargo de um de seus aliados mais próximos: o ex-prefeito William Dib (PSDB).

Alex e Ferro se tornaram, na última legislatura, principais representantes da oposição à gestão do PT em São Bernardo. Aliado de Marinho no segundo turno da eleição de 2008, Alex rompeu com o prefeito e lançou candidatura própria ao Paço.

Vereador mais votado há cinco anos, Ferro liderou a bancada oposicionista ao petista na Câmara. Praticamente sozinho e com regimento interno da Casa debaixo do braço, conseguiu travar votações importantes de projetos do Executivo.

Pouco antes da eleição de outubro, o tucano chegou a cogitar projeto próprio para a Prefeitura de São Bernardo, mas aceitou compor como vice de Alex. A dupla conquistou 122.924 votos (30,94% dos válidos), porém não impediu a reeleição no primeiro turno de Marinho, que arrebatou 261.339 adesões (65,79% dos válidos).