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Bancários iniciam negociações e pedem reajuste de 12,5%

Expectativa é entrar em acordo até dia 11 de setembro, quando se encerram conversas com banqueiros; região reúne 7.000 profissionais

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
21/08/2014 | 07:25
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Os bancários deram o pontapé inicial na campanha salarial deste ano. A categoria pede reajuste de 12,5%, piso de R$ 2.979,25 – conforme orienta o Dieese –, e PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de três salários mais R$ 6.247. Ontem, os profissionais encerraram a primeira rodada de negociação, que durou dois dias, e debateu sobre os temas saúde e condições de trabalho.

“Não tivemos boa negociação”, afirma Eric Nilson, presidente do Sindicato dos Bancários do ABC. “Os bancos não admitem que essas questões façam parte do acordo coletivo. Eles acreditam que se trata de prerrogativa de cada empresa.”

Nilson conta que a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro – Central Única dos Trabalhadores), responsável pelas negociações do acordo coletivo para todo o País, apontou relação entre as metas abusivas e o adoecimento dos profissionais. No entanto, as instituições financeiras alegam que têm dados comprovando que não existe relação entre as duas questões. Tanto que, dia 25, vão enviar relatórios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para que as entidades façam suas análises. “Os bancos acreditam que há fraude no adoecimento dos trabalhadores. Eles reclamam do alto número de profissionais afastados e não admitem o excesso de trabalho, que aumenta conforme mais pessoas são afastadas, saem de férias, de licença ou são demitidas.”

No Grande ABC, onde existem cerca de 7.000 profissionais atualmente, foram mandados embora 170 desde o início do ano. Segundo Nilson, a média salarial na região é de R$ 3.700.

As próximas rodadas de negociações vão ocorrer nos dias 27 e 28, para debater a igualdade de oportunidades e segurança; 3 e 4, para falar de emprego, plano de cargos e salários, remuneração e pisos; 10, de remuneração novamente; e 11, sobre o índice de reajuste, da PLR e dos pisos.

AÇÕES - Para conscientizar os trabalhadores da campanha unificada deste ano, o Sindicato dos Bancários do ABC vem realizando, desde o dia 12, reuniões nas agências da região. As sete cidades reúnem 400 unidades de rua e, até o momento, cerca de 100 já foram visitadas. A expectativa de Nilson é passar por todas até 11 de setembro, quando as negociações devem chegar ao fim.

Dia 28, o sindicato realizará o lançamento da campanha nacional na região. A caravana dos bancários vai passar pelo Centro de Santo André às 9h.

HISTÓRICO - No ano passado, a falta de acordo levou à segunda maior greve da história do País. Os bancários ficaram de braços cruzados por 23 dias – perdendo apenas para a paralisação de 2004, que durou 30 dias – e chegaram a consenso no dia 11 de outubro, com reajuste de 8%. Eles pediam, no início da campanha, 11,93%.
 




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