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Metalúrgica Proema vai demitir cerca de 400 trabalhadores

Empresa chega a acordo com funcionários após 20 dias de greve e até 19 de setembro pagará os empregados que ficarão na companhia

Renato Gerbelli
Do Diário do Grande ABC
20/08/2014 | 07:05
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Após 20 dias de greve, os funcionários da metalúrgica Proema, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a diretoria da empresa entraram em acordo após assembleia de três horas e meia de duração na manhã de ontem. A companhia fez um plano de recuperação judicial e vai demitir quase 400 de seus 580 trabalhadores – e não 590, como o sindicato havia informado anteriormente. O restante dos profissionais volta ao trabalho amanhã, depois do feriado de aniversário de São Bernardo, comemorado hoje. A Proema fabrica sistemas automotivos (colunas de direção, comando de câmbio, pedais e outros itens).

“Foi uma conversa muito difícil, mas conseguimos achar uma proposta minimamente boa para resolver a situação de todo mundo (companhia e funcionários). Os empregados entenderam que esse é o melhor caminho”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

De acordo com Marques, foram encaminhados para retornar ao trabalho a partir de amanhã os profissionais que atuam na linha de produção de itens para a Honda e Fiat. Já os empregados que fabricam peças para a General Motors (aproximadamente 400) serão desligados da Proema, mas ainda sem data definida. “Espero que eles saiam o mais rápido possível. Muitos estão enviando currículos e outros já têm até propostas de emprego em outras fábricas”, acrescentou.

Segundo o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e coordenador da entidade em São Bernardo, Nelsi Rodrigues, o Morcegão, a empresa chegou na situação em que está atualmente por falta de investimentos na atualização de seus produtos às novas exigências de mercado.

DÍVIDAS - Os cerca de 180 funcionários que continuarão na empresa terão pagos todos os vencimentos atrasados até o dia 19 de setembro. Além disso, a Proema vai depositar a quantia de R$ 1.000 como ‘sinal’ para todos os trabalhadores. Segundo o sindicato, as dívidas trabalhistas da empresa chegam a R$ 15 milhões.

Para pagar todos os empregados, a companhia fez um plano de recuperação de médio a longo prazo. “A empresa vai vender ativos, como imóveis e maquinário, além de utilizar 40% do faturamento mensal para saldar as dívidas aos poucos. Será difícil, mas espero que tudo seja resolvido dentro de um ano”, disse Marques.

A Proema deve salários, férias e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para os funcionários, além de não estar cumprindo acordo judicial para o pagamento de verbas rescisórias dos cerca de 300 demitidos desde o início de 2013.
 




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