Política Titulo Sem influência
Após ajuda eleitoral, Eder perde força com Pinheiro
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
27/12/2012 | 07:39
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Andréa Iseki/DGABC


Após ter papel de destaque na campanha eleitoral do próximo prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), o vereador eleito Eder Xavier (PCdoB) perdeu influência no núcleo duro do futuro governo. Dois nomes ligados ao comunista, que tinham grandes chances de figurar no primeiro escalão, foram descartados para os comandos das secretarias de Obras e Assuntos Jurídicos.

Com a movimentação do peemedebista para garantir governabilidade na Câmara, a argumentação de alguns parlamentares é a de que se Eder teria direito a duas secretarias os outros vereadores também cobrariam maior participação. "Não posso dizer que perdi força porque nunca busquei exigências. Sempre estivemos ao lado do Paulo Pinheiro, enquanto eles estiveram com a (prefeiturável governista derrotada) Regina Maura (Zetone, PTB)", comentou o comunista.

Daniel Pastorin, que advoga no escritório do vereador eleito, prestou serviços para Pinheiro. Por isso, era um dos cotados para assumir Assuntos Jurídicos. Porém, perdeu o posto para Ana Maria Caffaro. Ele defendeu o peemedebista no pedido de cassação do mandato de vereador quando o futuro prefeito deixou o PTB, em 2011, além da guerra com a antiga direção municipal do PMDB, que tentou impedir que Pinheiro se candidatasse. "O Daniel teria que ser o secretário. Eu não fui pedir isso para ninguém, mas agora já não é ele."

Em Obras, a irmã de Eder, a arquiteta Elda Xavier Martinez, foi cortejada por todo o grupo de confiança do futuro prefeito, mas deve ficar de fora do cargo. A tendência imposta por Pinheiro é a de que o próximo secretário seja um funcionário de carreira. "A questão da minha irmã não teve nada a ver comigo. Ela trabalhou na gestão do (prefeito Luiz) Tortorello (morto em 2004) e chegou a ser a diretora de Obras por 15 dias", despistou.

A negativa estremeceu o relacionamento do comunista com o futuro governo. "As urnas mandaram o recado claro de que tudo deve ser novo em São Caetano. Se eles não fizerem a mudança é evidente que não vou ser aliado", avisou. Eder também promete fazer discurso crítico na posse, dia 1º, em relação à escolha de alguns nomes do secretariado que têm ligações com a gestão José Auricchio Júnior (PTB).

Na campanha, o comunista foi o responsável pela divulgação do vídeo que delatou suposto esquema de ‘mensalinho' na Câmara. A gravação trouxe 17 minutos de conversa entre o ex-secretário de Governo Tite Campanella e o então candidato a prefeito pelo PT, vereador Edgar Nóbrega. A dupla teria tratado sobre atuação branda da oposição em troca de R$ 100 mil, além de transferências mensais de R$ 10 mil e R$ 5.000 a parlamentares.

O caso tirou Edgar da disputa e abriu caminho para o eleitorado petista optar por outro opositor a Auricchio, Pinheiro. Além disso, as imagens foram fortemente usadas em materiais informativos confeccionados por Eder para ligar o PT - sigla com alto índice de rejeição na cidade - a Auricchio e Regina.

 

 




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