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Caviares
banhados a shoyu

Raros na praça, japoneses Honda Accord
e Nissan Altima desfilam em duelo de luxo

Lukas Kenji
Do Diário do Grande ABC
06/08/2014 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Recorra rapidamente à memória e tente lembrar quantos Honda Accord você viu por aí na última semana. E Nissan Altima, consegue recordar? Se é que viu, certamente dá para contar nos dedos. Nos Estados Unidos, estes sedãs são tão comuns quanto pães na padaria – 35.073 unidades do Accord foram emplacadas só em julho, enquanto seu concorrente teve 26.654 comercializações, de acordo com dados das montadoras.

Por aqui, circulam somente em alamedas, longe das vielas. A explicação, inevitavelmente, está no preço. O Honda é tabelado em R$ 119,9 mil, em sua versão EX 2.4, que atua neste comparativo – há ainda a configuração topo de linha EX V6 (R$ 147,9 mil). O Altima, por sua vez, é disponibilizado em versão única por R$ 112,9 mil.

Menos badalado que os modelos da Audi, BMW e Mercedes, que também disputam a categoria, o Accord emplacou 18 unidades em julho. Seu adversário deste comparativo emplacou apenas sete unidades a mais, informam os dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Para saber o motivo da rejeição do consumidor, os caviares – você nunca vê, só ouve falar – foram destrinchados aqui.

Ambos os japoneses (mas vale lembrar que o Accord vem dos Estados Unidos e o Altima, do México) possuem características muito semelhantes em estrutura, motorização e tecnologia. Note, por exemplo, as medidas – altura e entre-eixos são idênticos. O Accord, no entanto, leva vantagem em comprimento (4,89 metros), largura (1,85 m) e porta-malas (461 litros).

O Altima faz o contraponto no motor. Seu aspirado 2.5 emana 182 cv e 24,7 mkgf a 4.000 rpm, consumindo somente gasolina. Pouco inferior, o bloco 2.4 do oponente desenvolve 175 cv e 22,9 mkgf a 4.000 rotações.

Apesar de mais encorpado, o propulsor não empolga quem conduz o Nissan. O resultado é reflexo da transmissão CVT (continuamente variável), que proporciona viagem tão confortável que pode até beirar a sonolência. Aliás, aplausos de pé para a suspensão do veículo.

Os dados desvantajosos do bloco da Honda tornam-se poeira diante da boa caixa automática de cinco velocidades, que torna o Accord mais esperto em ultrapassagens e retomadas, mas ainda distante da esportividade. 

Isso se reflete no design do modelo. A marca admite que o norte foi rejuvenescer o produto, mas o resultado ficou longe da jovialidade. Linhas e componentes da carroceria não conseguem fugir do conceito clássico.

O projeto do Altima é mais bem resolvido. O automóvel desfila com elegância e tem a famosa beleza que não cansa. 

O interior é mais homogêneo entre os concorrentes. Ambos entregam requinte e conforto por meio de ótimos materiais de acabamento.

Em equipamentos tecnológicos, porém, o Altima abre distância. Além de ar-condicionado digital dual zone, câmera de ré, central multimídia com rádio e GPS, air bags dianteiros, laterais e de cortina – também presentes no Accord –, o Nissan destaca-se com teto solar elétrico e monitoramento de ponto cego e faixa de rolagem. A Honda até possui os itens, mas só os disponibiliza na versão superior (V6), R$ 28 mil mais cara.

VEREDICTO

Vitória da elegância tecnológica. O Nissan Altima se sobressai por entregar um produto ajustado ao predisposto no projeto. Pleno conforto, requinte estético e maior pacote tecnológico. Monitoramento de ponto cego e faixa de rolamento, além de teto solar não são disponibilizados no Honda Accord, que também não pode ser menosprezado devido ao melhor powertrain e à ótima qualidade estrutural.




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