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Allianz Parque alcança 92% das obras concluídas e prevê inauguração para setembro

Dérek Bittencourt
04/08/2014 | 07:30
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 O mês de agosto começou e em seu 26º dia comemora-se o centenário da Sociedade Esportiva Palmeiras. Neste ano, a festa terá direito a presente mais do que especial. Com 92% das obras concluídas, o Allianz Parque, novo estádio alviverde, deve receber os primeiros eventos-teste em até 30 dias e, dependendo das condições e de liberações dos órgãos públicos, pode abrir as portas até o fim de setembro para receber partidas do Brasileirão. Fechado desde setembro de 2010, o local nem parece o mesmo.

A equipe do Diário visitou com exclusividade a obra e foi recebida por pessoal da WTorre, construtora responsável pela obra e que terá 30 anos de concessão da arena – o que não significa que o Palmeiras terá de pagar para atuar em casa. Ao custo total de R$ 630 milhões (incluindo os edifícios poliesportivo e multiuso anexos, todos custeados pela construtora), o antigo estádio em forma de ferradura está dando lugar a arena multiuso com capacidade para 43,6 mil torcedores em dias de jogos e até 55 mil espectadores em shows e outros eventos, como lutas do UFC. Ainda há estrutura para transformar o local em anfiteatro para até 15 mil pessoas.

Antes mesmo de entrar no estádio, o tamanho da estrutura fincada em meio a prédios e dois shoppings centers impressiona. A fachada toda em inox – único estádio existente com este material – dá as boas-vindas ao público. Os tratores e demais máquinas compõem o cenário que ainda é um canteiro de obras gigante, mas as partes impressionantes estão mesmo reservadas à area interna.

Quando surge pequeno espaço que permite rápida e mesmo que distante visão do gramado – que neste novo projeto não manteve a característica que apelidou o estádio de jardim suspenso – a ansiedade para ver o restante do local cresce. Ao se aproximar do campo, quando se tem visão geral do estádio, a casa alviverde chama atenção. As cadeiras estão sendo instaladas, mas de acordo com as previsões, terão mais de uma tonalidade, formando uma ‘ola’ visual. Além disso, 100% delas está protegida pela cobertura do estádio. Já os camarotes – 178 no total, 120 deles já comercializados (a maioria com empresas) – têm estrutura física, mas continuam em fase de acabamento, a exemplo das tribunas.

Olhando-se para cima, saltam aos olhos dois dos principais charmes do estádio: os telões gigantes, em telas LED de altíssima definição visível durante o dia e à noite, cada um com 103m² e que são considerados os maiores do País. A construtora já adiantou, no entanto, que já há planos de instalar outras supertelas para contemplar ainda mais o público.

Aliás, a questão tecnológica reserva grande atenção da construtora, que dispôs boa parte do investimento em itens como câmeras com reconhecimento facial conectadas a um banco de dados online para conter baderneiros, catracas modernas, sinal wi-fi para todos os setores da arena, entre outros.

“Desde o começo do projeto, há quase dois anos e meio, a gente foi atrás de um pacote tecnológico que tornasse a experiência do usuário diferenciado do que até então os brasileiros tinham experimentado. Buscamos algo bem avançado, as coisas mais modernas e que fazem sentido para o nosso dia a dia. Temos as câmeras em alta resolução, os maiores telões e com a maior nitidez da América Latina, wi-fi para todas as regiões do estádio. Estamos desenvolvendo ainda um aplicativo para smartphone e a ideia é que permita a interação do nosso espectador do futebol ou dos shows, aliando telão, o sistema de som e o aparelho, buscando experiência inovadora e só encontrada em alguns lugares do mundo”, explicou o gerente de tecnologia da WTorre, Eduardo Rigotto.

Tanta modernidade tem custo, e a busca pelo melhor teve representatividade considerável. “O orçamento dos itens de tecnologia, que são 18, juntos soma R$ 50 milhões, o que representa de 10% a 12% do valor da obra”, emendou Rigotto, que prevê os upgrades necessários conforme passem os anos e surjam novas tecnologias.

Gramado ganha atenção e tratamento especiais

Os gramados vistos recentemente na Copa do Mundo foram aperitivo para o que o torcedor do Palmeiras vai observar nos jogos como mandante no Allianz Parque. Sob os cuidados da mesma empresa que tomou conta dos campos do Mundial, a grama já foi plantada e passa por tratamento diário para que em até 60 dias esteja pronta para uso dos atletas alviverdes.

“Terminamos o plantio no dia 18 e começamos fase de grow in, que é o desenvolvimento da grama. Estamos fazendo o nivelamento final, passando o rolo, fazendo cortes verticais para tirar a palha da grama para que consiga respirar mais e perfilar. Ela cresce para os lados e precisamos incentivar esse crescimento. Depois fazemos um corte elicoidal com máquinas apropriadas para gramados esportivos e, assim, fazemos com que o gramado fique uniforme”, explicou o gerente de contratos da World Sports, André Ostermayer.

Enquanto o Palestra Itália esteve aberto, era comum o estádio receber algumas sessões de treino do Verdão, o que não será diferente na nova arena. “O time da casa treinará em sua casa, é natural que venha, mas também tem o CT, que passa por tratamento certo, com grama muito parecida com a daqui, altura de corte...Tudo isso influencia a velocidade do jogo e da bola, mas o time da casa sempre sabe como está o campo dele”, afirmou o especialista.

“Levará entre 45 e 60 dias para ter um gramado perfeito para jogo. Temos um sistema que está respondendo bem aos trabalhos que estamos fazendo, então em 50 dias acredito que vamos cortar a fitinha”, decretou Ostermayer.

EVENTOS
Em dias de shows, quando grande número de pessoas ficar em cima do gramado – mesmo que coberto por algum material – a grama da casa palmeirense não será danificada. Tudo por conta do planejamento traçado pela administração do estádio e a empresa responsável pelo gramado. “Existe um alinhamento muito grande entre a Arena e a World Sports. A partir de calendário que deve ser seguido, há tratos e cuidados que devem ser feitos antes e depois dos eventos para não perder todo o trabalho que a gente tem realizado nestes três ou quatro meses focados no gramado”, concluiu o gerente de produtos. DB

Trabalho na parte interna ainda tem muito a evoluir

Caminhando pelas áreas internas do Allianz Parque nota-se que, se o plano é deixar o estádio pronto até o mês que vem, os operários ainda têm muito a fazer. A maior parte da estrutura não tem acabamento e está no concreto. Nos setores inferiores é onde percebe-se que é necessário muito trabalho, afinal vestiários, local de aquecimento, zona mista, sala de mídia, ambulatório, entre outros, seguem em fase de ajuste elétrico.

O projeto prevê memorial temático com os principais momentos da história do Palmeiras, centro de convenções, loja de artigos esportivos, lounges, restaurantes, praça de alimentação e 20 lanchonetes. Tudo isso necessitará de mão de obra acelerada para cumprir o cronograma.

O mais adiantado é o prédio que servirá de estacionamento. Com 1.500 vagas à disposição, falta pouco para ficar pronto. Os elevadores e escadas rolantes também já estão instalados, mas seus acessos demandam muito acabamento.

INTEGRAÇÃO
O barulho das máquinas é grande, mas o que será intenso mesmo é o trânsito nos arredores do Allianz Parque em dias de jogos e eventos. Pensando nos moradores que vivem e participam do dia a dia no entorno do estádio, a WTorre disponibilizou sala no canteiro de obras para explicar à comunidade sobre acústica e o tráfego de veículos. Cerca de 20 pessoas por dia comparecem ao local e tem acesso à maquete de como ficará a arena quando pronta, além de vídeo explicativo e fotos de todas as fases da obra.

A construtora, quando apresentou o projeto de reforma do antigo Palestra Itália, comprometeu-se a fazer algumas obras de contrapartida nos arredores do estádio e terá, por exemplo, de alargar algumas ruas nas proximidades. DB




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