Fabiano Calixto começou a escrever nos anos 1990. Nascido em 1973, a literatura entrou em sua vida a partir da relação com o cancioneiro popular, de nomes como os internacionais John Lennon e Bob Dylan e os brasileiros Chico Buarque e Caetano Veloso. Pernambucano radicado desde criança em Santo André, o poeta morador da Capital já foi metalúrgico, balconista de bar, trabalhou em funilaria e teve banda de thrash metal.

Hoje, professor universitário e doutorando em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo, ele segue mergulhado no universo das palavras e tira do bolso sua nova obra, Nominata Morfina (Corsário-Satã/Córrego/Pitomba Livros, 160 páginas, R$ 40 em média), que tem lançamento marcado para amanhã, na Livraria Alpharrabio (Rua Eduardo Monteiro, 151. Tel.: 4438-4358), em Santo André, a partir das 10h.

Ele assume que a maior parte das pessoas não está nem aí para a literatura. Mas, por outro lado, a linguagem representa para ele uma fatia grande da alegria de respirar neste planeta. E é com essa força que ele lança o nono livro da carreira, título com 54 poemas em prosa, resultado de sete anos de trabalho. “A ideia surgiu depois que acabei meu último livro de inéditos, Sanguínea, em 2007”, conta o autor.

Todas as peças foram feitas exclusivamente para o livro. Sobrescritos, repetições, diminuição de fonte até ficar ilegível, palavras inventadas e listagem de autores e obras são alguns dos recursos usados pelo escritor. “É um livro experimental. Uso todo tipo de artifício que conheço, mas a linguagem que me foca sempre é a musical. É um épico operário”, diz ele, que faz questão de grifar o nome dos Beatles como uma das mais importantes referências.

Poética e política são temas que o autor fez questão de abordar na obra. Colocar a voz contra a normatividade e a normalidade dos debates estéticos contemporâneos também é meta do livro, assim como abrir espaço para todos os planos sociais dos dias de hoje.