Os aposentados e pensionistas do Grande ABC diminuíram a intensidade de contratação de crédito consignado vinculado ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em junho. Entre as principais hipóteses para esse comportamento, tendo em vista que o valor médio das operações praticamente se manteve, estão o desestímulo ao consumo que a Copa do Mundo de Futebol proporcionou naquele mês e também a falta de capacidade de emprestar mais dinheiro.

Conforme dados do INSS, em junho, os segurados da Previdência Social da região contrataram 17.565 operações de consignado. O número representou redução da ordem de 8,6% em relação ao mês anterior.

O volume total emprestado também diminuiu, 7,8%, em comparação a maio, somando R$ 69.941.041. Segundo o BC (Banco Central), a taxa média de juros do consignado está em 23,6% ao ano (1,91% ao mês), enquanto a do empréstimo pessoal, 100,3% ao ano (5,95% ao mês). A modalidade é a mais barata disponível para os aposentados e pensionistas, porque suas parcelas são descontadas no benefício assim que ele é liberado.

O valor médio de cada operação registrada pelo INSS foi de R$ 3.981, queda de 0,8% em relação ao registro de maio.

Para o professor de Economia da FSA (Fundação Santo André) Volney Gouveia, essas operações, normalmente, são realizadas com prazos superiores a um ano, o que pode representar um esgotamento da capacidade de contratação de boa parte dos segurados das sete cidades. Conforme a legislação da modalidade, não é possível realizar dois empréstimos simultâneos. Sem contar que o valor da parcela não pode ultrapassar 30% do benefício da Previdência.

Reforça essa hipótese o resultado semestral, com alta mensal de 2,8% no volume total contratado, com R$ 451.960.597, em 120.246 operações, 1% a menos do que em maio. Tais resultados indicariam que nos primeiros meses de 2014 mais aposentados emprestaram e ainda pagam essas operações. Gouveia destacou ainda que o efeito Copa, de desviar o foco do consumo, pode ter influenciado na redução nos empréstimos consignados de junho.