Política Titulo Aposentadoria
Jayme Tortorello deixa o PT por falta de entrosamento

Justificativa é de que o diretório de S.Caetano difere dos demais

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
19/12/2012 | 07:55
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Desentrosado com o diretório do PT de São Caetano, o candidato a prefeito pelo partido em 2008, Jayme Tortorello, entregou ontem sua carta de desfiliação. O agora ex-petista disse que não deixou inimigos, mas destacou que não havia sentido em sua permanência no partido porque está aposentado politicamente. "Eu ficaria no PT se mudasse de cidade, mas não pretendo mudar. Então me desfiliei."

Irmão do prefeito Luiz Tortorello (morto em 2004), Jayme falou que vinha se sentindo um "estranho no ninho" e destacou a disputa interna característica do PT como principal motivo da saída. Em 2008, quando, segundo ele, aceitou convite de petistas da região para se candidatar a prefeito, teve de disputar prévias com o ex-vereador João Moraes. "Se soubesse que tinha disputa teria ficado quieto. Mas como já estava articulando com o (Orestes) Quércia (morto em 2010) o apoio do PMDB e disse que seria candidato, disputei e venci."

Jayme alegou que o "racha" afastou possibilidade de aliança com o PMDB. "Ele me disse que se nem a gente se entendia, eles estavam fora. Fui candidato para o (prefeito José) Auricchio (Júnior, PTB) não ganhar de WO" Ele terminou o pleito com 13% dos votos ante 78% do petebista.

Outro impasse que incomodou ocorreu na eleição deste ano. "Disseram que a aliança com o PMDB do (prefeito eleito) Paulo Pinheiro estava fechada, mas não era verdade. Continuamos candidato porque a campanha já tinha começado." O vereador Edgar Nóbrega tentou insistentemente ser o vice do peemedebista, porém, foi ignorado.

Os dois últimos escândalos envolvendo o PT de São Caetano, segundo Jayme, não influenciaram na decisão. O primeiro ocorreu em 2006, quando Hamilton Lacerda se envolveu no caso dos ‘aloprados'. Um grupo de petistas tentou comprar dossiê que comprovaria o envolvimento de tucanos na suposta máfia dos sanguessugas, investigada pela compra de ambulâncias em prefeituras paulistas.

A segunda negativa estourou neste ano. Edgar, que disputava o Paço, viu o vídeo de diálogo com o ex-secretário de Governo Tite Campanella (DEM) ser divulgado e o tirar do pleito. A gravação trouxe conversa sobre suposto esquema de ‘mensalinho' na Câmara e a venda de oposição branda ao atual governo por R$ 100 mil.

 "Chegamos a ter rejeição de mais de 70% na cidade. Não acho que isso seja culpa do Hamilton ou do Edgar. É uma questão a ser estudada, que ainda não tem resposta."

Único vereador eleito pelo PT, Pio Mielo é classificado como o responsável pela recuperação da sigla. "Quem tem mandato tem prioridade. Ele é jovem e tem força para isso."

Jayme se filiou no partido em 1997 a pedido do senador Eduardo Suplicy. Se candidatou a deputado estadual em 1998, a prefeito em 2008 e vereador em 2012 - não venceu nenhuma disputa nas urnas.




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