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Famílias têm maior taxa de juros desde março de 2011

Banco Central registra preço do crédito em
junho de 3,02% ao mês; é a sexta alta seguida

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
30/07/2014 | 07:16
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ABr


A taxa média de juros às famílias atingiu, em junho, 3,02% ao mês, alta em relação a maio, quando o registro foi de 2,99%. Segundo o boletim de operações de crédito do BC (Banco Central), foi a sexta elevação mensal consecutiva do percentual, e o maior patamar desde o início da série histórica, em março de 2011.

O aumento do preço médio dos empréstimos para o consumidor, no entanto, ocorreu ao mesmo tempo em que a taxa média de inadimplência das famílias apresentou redução, de 4,5% para 4,3%, e o volume de concessões também diminuiu, de R$ 165,5 bilhões para R$ 161,9 bilhões.

A inadimplência, de acordo com o BC, é registrada quando o contratante do crédito atrasa, por mais de 90 dias, a liquidação da parcela do empréstimo. Como houve redução deste indicador, o caminho mais natural era que os bancos também baixassem os juros, uma vez que o risco de calote estaria menor.

No entanto, destacou o coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio, em momento em que o custo básico do crédito, a taxa Selic, está estável, sem variar desde maio, em 11% ao ano, é nítida a imagem de que os bancos estão mais restritivos nas novas concessões, para evitar potenciais inadimplentes.

O diretor executivo de estudos financeiros da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel Ribeiro de Oliveira, observou que o cenário de inflação acelerada faz com que as instituições financeiras analisem os cenários presente e futuro. Desta maneira, como a alta média dos preços corrói o poder de compra das famílias, o risco de inadimplência nos próximos meses aumenta, e os bancos elevam ainda mais suas taxas para compensar.
 

Modalidades de maior risco puxam elevação da média

Em cenário de restrição de crédito para os consumidores, com a sombra da inadimplência futura nas costas, os bancos aumentaram as taxas de juros, principalmente, das modalidades de empréstimos pré-aprovados que apresentam o maior risco de calote, destacou o diretor executivo de estudos financeiros da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel Ribeiro de Oliveira.

É o caso do cheque especial e do empréstimo pessoal não-consignado, que puxaram para cima a média dos juros de crédito para os consumidores em junho.

A modalidade considerada como o limite da conta no vermelho passou de 8,57% ao mês, em maio, para 8,67% em junho. O empréstimo pessoal aumentou de 5,83% para 5,95%.

CONSIGNADO - Segundo o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), 34% dos brasileiros já contrataram empréstimo consignado, ou seja, com desconto das parcelas direto na folha de pagamento.

A modalidade é uma das mais baratas para os consumidores. Em junho, custava 1,91% ao mês em média.
 




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