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Vazamento de gás causa incêndio em metalúrgica

Empresa Kyowa, no bairro Batistini, em São Bernardo, armazenava pó de alumínio, o que dificultou combate às chamas

Renata Rocha
especial para o Diário
25/07/2014 | 07:07
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Andréa Iseki/DGABC


Um incêndio atingiu a indústria metalúrgica Kyowa na manhã de ontem, por volta das 6h, na Estrada Assunta Sabatini Rossi, no bairro Batistini, em São Bernardo. As chamas teriam começado após vazamento de gás, que causou explosão dentro da empresa. Segundo o Corpo de Bombeiros, cerca de 25 funcionários estavam no local no momento do acidente, mas todos conseguiram sair e não houve registro de feridos.

O fogo começou quando os trabalhadores faziam a troca de turnos. A maioria estava no refeitório ou no vestiário, preparando-se para o expediente de trabalho. As viaturas dos bombeiros chegaram por volta das 6h30 e precisaram de cerca de uma hora para controlar as chamas. Durante parte do dia, focos do incêndio continuavam porque um dos produtos contidos no local era o alumínio em pó, que, em contato com a água, reage e produz gás hidrogênio, que alimenta o fogo.

“Estava na parte de embalagens da empresa e, assim que vi as chamas, corri para fora da fábrica. Alguns funcionários ainda tentaram apagar com extintor, mas como o fogo aumentou, todos saíram. Em seguida houve a explosão e corremos desesperados. Nossa sorte é que ninguém se machucou, foi só um grande susto”, disse o embalador Acilon Araújo, 44 anos.

Com o trabalho dificultado pela reação do alumínio em pó, os bombeiros precisaram usar areia para abafar as chamas. “A primeira suspeita era que alguma caldeira da empresa tivesse explodido, mas o que vimos previamente é que o problema foi gerado pelo vazamento de gás”, disse o Major César Toller, do 8º Grupamento do Corpo de Bombeiros.

VIZINHOS - A explosão foi tão forte que atingiu uma fábrica da rua de trás. Telhas que voaram da metalúrgica também caíram no pátio da outra empresa e na rua. Casas próximas ficaram com rachaduras e algumas tiveram os vidros das janelas quebrados com o impacto.

Estava dormindo no momento, mas foi um barulho tão forte que acordei assustada. Atrás da minha casa fica um estacionamento de carretas e pensei que uma delas tinha tombado. Quando cheguei na sala, pronta para sair da casa, vi os cacos da janela estourada no chão. Na rua, junto aos vizinhos, constatei que era um incêndio na fábrica”, explica a costureira Vania Maria Bezerra, 48.

“Parece que nasci de novo só pelo susto que levei. Estava sozinho abrindo a porta da empresa quando ouvi o barulho que vinha de trás e vi as telhas caindo no pátio. Sofri uma queda com o impacto, levantei o mais rápido que pude e corri. Ainda deu tempo de ver a bola de fogo que subiu da metalúrgica”, disse o empilhador Lenildo José da Silva, 57.

Segundo o Corpo de Bombeiros, apesar de o telhado e algumas paredes terem caído, a estrutura da empresa não foi abalada. A Defesa Civil esteve nas casas atingidas, mas nenhuma precisou ser interditada. O caso foi registrado no 8º DP (Alvarenga). A causa exata do incêndio só será conhecida após a conclusão de laudo do IC (Instituto de Criminalística). 




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