Carlos Boschetti Titulo Política
Aberta a temporada de caça eleitoral
Do Diário do Grande ABC
24/07/2014 | 07:46
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Após o encerramento da Copa do Mundo, inicia-se nova competição. Em outubro, temos um dever democrático de eleger nossos governantes nas estâncias de Executivo e Legislativo. Os principais cargos – presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais – serão eleitos pelo voto direto num sistema considerado o mais moderno, ágil, seguro e acessível do mundo. 

 Vários países já estudaram as virtudes e riscos de nosso sistema, levando as melhores impressões a respeito. Todavia, toda essa modernidade não assegura que as necessidades e interesses da população serão respeitadas e atendidas. Não podemos falar o mesmo de nossas leis que regulamentam o sistema eleitoral, nem das atitudes de nossos representantes que cumpririam as promessas feitas em campanha. A única evolução do sistema foi a Lei da Ficha Limpa, aprovada e implementada somente a partir dessa eleição.

 Elegeremos novo presidente, que irá preencher mais de 25 mil cargos políticos considerados “de segurança” e que terão acesso aos orçamentos públicos que vão definir o rumo de mais de 200 milhões de brasileiros cansados de tantas promessas, baixa performance e incompetência de inovar a gestão pública, acelerar e melhorar os serviços e o rumo da economia.

 Estamos com nossos representantes em fim de mandato e, se olharmos as realizações de nossos 594 parlamentares entre senadores e deputados federais, certamente não lembraremos mais em nosso votos na úlitma eleição, menos ainda do que eles fizeram após terem nossa confiança. A primeira lembrança que nos vem à mente, são os escândalos de corrupção que nosso Congresso viveu sem nenhum constrangimento e respeito à população e ao dinheiro público mal aplicado e ao desvio de milhões de reais que não serão mais resgatados devido às fragilidades e morosidade de nossos sistemas de auditoria.

 Além disso, nossos deputados e senadores não vão trabalhar nos últimos quatro meses em Brasília: estarão em campanha para reeleição em suas bases e não estão nem aí com nossas necessidades pelas quais foram eleitos.

 O custo para todos nós de um senador desses em quatro meses é de R$ 422.826,78 e de um deputado federal é de R$ 378.799,49, incluídos os benéficos associados ao cargo. Os custos totais de hoje até as eleições serão de R$ 228.573.107,16.

 O presidente do Congresso senador Renan Calheiros (que usou recursos públicos para implante capilar) e o presidente da Câmara dos Deputados Henrique Alves se manifestaram a favor deste sistema, considerado como “uma atitude normal e necessária na vida política dos parlamentares diante das eleições de outubro de 2014”.

 Se nossos dignos representantes fossem contratos pelo regime CLT, seriam demitidos por justa causa ou abandono de emprego. Isso nos leva a crer que nem todos são iguais perante as leis. Por isso, temos de entender o nosso regime eleitoral e como a democracia funciona bem como nossos pleitos. Precisamos cobrar de nossos eleitos o cumprimento de suas obrigações, para darem um bom exemplo de conduta e responsabilidade e melhorar as condições de vida de todos nós. 




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