Estar acomodado frente a um volante que guia um esportivo impulsionado por um motor V8 é uma sensação inigualavelmente prazerosa. Dimensione esta diversão quando se pode guiar um oito canecos que equipa um caminhão extrapesado de 620 cv.

Pois é. Pertinho do Dia do Motorista (comemorado amanhã), tivemos a oportunidade de estar no comando da boleia do Scania R 620 V8 – que ostenta o motor mais potente em produção no País – na pista de testes da montadora em São Bernardo, onde é feito. O rodoviário de R$ 550 mil possui aptidão para tracionar até nove eixos de implementos. Transporte graneleiro, betoneiras e de cargas indivisíveis são as aplicações mais comuns do monstro de alma sueca e sangue brasileiro.

O responsável pelo portfólio de produtos da Scania, Marcel do Prado, explica que implementar um bloco V8 em um caminhão não é algo meramente apelativo ao emocional do consumidor. “Claro que existe um viés sentimental nesse motor, mas trabalhamos em um setor estritamente racional. Nosso produto foi feito para aumentar o dinamismo da operação para que ela seja mais eficiente.”

Em suma, o propulsor que entrega o máximo de sua potência a 1.900 rpm e torque de 305,9 mkgf entre o ótimo nível de 1.000 giros e 1.400 rrotações visa aumentar a velocidade média executada durante as viagens. “Com a lei do caminhoneiro, que limita as operações, o condutor precisa de um veículo mais rápido para fazer mais entregas em tempo reduzido”, afirma o gerente de produto da Scania na América Latina, Paulo Genezini.

A performance satisfatória do bloco de 16 litros só é alcançada com ajuda da caixa de câmbio automatizada de 12 velocidades. Ela lê bem qual a melhor engrenagem a ser utilizada de acordo com o comportamento do condutor e do tipo de operação – o R 620 V8 consegue tracionar até 78 toneladas.

DE CAUSAR INVEJA

A cabine do extrapesado não deve nada a nenhum carro de luxo. Chama atenção o computador de bordo digital, que contém todas as informações necessárias ao transportador durante a viagem. Inclusive, o equipamento disponibiliza sistema que dá dicas para melhor condução.

Se tal componente esbanja tecnologia, o basculamento da cabine ainda é arcaico. Merecia acionamento elétrico.