Economia Titulo Seu bolso
Brinquedos estão até 10% mais caros
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
10/12/2012 | 07:29
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Orlando Filho/DGABC


Os pais que vão presentear seus pequenos com brinquedos no Natal devem preparar o bolso. Como já devem ter sentido no Dia das Crianças, os produtos têm chegado às prateleiras das lojas até 10% mais caros do que no ano passado. Segundo os fabricantes, o reajuste se deve ao aumento do custo de matérias-primas, como papel e plástico, e da valorização do dólar sobre o real, que em 2011 oscilou entre R$ 1,60 e R$ 1,80 e, neste ano, chegou a bater R$ 2,10 - mecanismos eletrônicos, como luz e som, costumam ser importados por terem preço menor lá fora.

"Tivemos aumento de 15% na matéria-prima, mas seguramos parte do reajuste pelo fato de o repasse integral tornar inviáveis os preços ao consumidor", afirma a gerente de marketing da Gulliver, Isabelle Lavin. A fabricante do histórico Forte Apache, que remete o imaginário infantil ao Velho Oeste, foi fundada há 49 anos em São Caetano.

Segundo o gerente de marketing da Grow, Gustavo Arruda, os preços de alguns produtos tiveram incremento de 4%, outros de 2% e, uns, garante, permaneceram inalterados. É na fábrica, situada há mais de 30 anos em São Bernardo (ela abriu as portas no bairro paulistano da Mooca 40 anos atrás, mas migrou para a região), que é produzido o War - que resiste há décadas apresentando um mundo estratégico a crianças e adolescentes.

Segundo o presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedo), Synésio Batista da Costa, os brinquedos estão 4% mais baratos do que em 2011, já que os aumentos correspondem a 30% da inflação. "Quanto mais se vende, mais se produz. A fabricação em escala tende a baratear os preços." A regra, neste caso, vale para itens que já estão no mercado, desconsiderando as novidades, que, de acordo com a Abrinq, devem chegar a 600 modelos.

O fato é que cada vez mais chegam às prateleiras das lojas brinquedos licenciados de personagens de desenhos, filmes e espetáculos infantis, além de personalidades do mundo esportivo. Neste caso, é preciso pagar royalties sobre as vendas para a empresa criadora ou à pessoa. A aposta também responde pelo otimismo das indústrias em elevar as vendas para o Natal em até 25%, na comparação com a data em 2011.

É o caso da Grow, que lançou itens da Galinha Pintadinha, do Patati Patatá e do Carrossel. Para a data, foram feitos 14 lançamentos. No ano, 110 e, ao todo, o portfolio conta com 350 itens. Em 2011 foram 12 para o Natal e 105 no ano. "Ter na linha produtos licenciados mais fortes ajuda. Os personagens estão vendendo bem. Por isso esperamos faturar mais. Nos anos anteriores tínhamos alta de 15%."

A estratégia é a mesma adotada pela Gulliver, que pela tradição em brinquedos voltados à temática de futebol assinou contrato com o craque do futebol brasileiro Neymar. "Lançamos mais de 30 itens no nome dele. Temos de futebol de botão a bonecos articulados. Investimos 15% do faturamento a linha." A expectativa de vender 10% mais é calcada nos 50 lançamentos. Por ano, 50% dos 330 itens são renovados.

PIRATAS - O mercado paralelo movimenta, hoje, segundo Costa, o equivalente a 7% das vendas formais, que devem girar, até o fim do ano R$ 7,5 bilhões. Embora a quantidade de itens comercializada seja grande, as cifras não são expressivas por conta de os preços dos produtos piratas custarem até 70% menos que os originais. "Com a nossa carga tributária, em que 42% dos preços dos brinquedos são impostos, fica difícil concorrer. Ainda mais quando o consumidor não está preocupado com qualidade."

 

 




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