O prefeito eleito de Diadema, Lauro Michels (PV), oficializou o vereador eleito Marcos Michels (PV) como secretário de Educação. Primo de quinto grau do próximo chefe do Executivo, Marcos tinha sido escolhido para assumir a chefia de Gabinete.

A mudança de rumo na formação da Pasta educacional decorreu de turbulência entre Michels, seu grupo político e professores da rede pública que o apoiaram na eleição. O Diário mostrou ontem que era grande a possibilidade de alteração no quadro.

Na segunda-feira, o verde conversou com a secretária de Educação de Ribeirão Pires, Rosi de Marco (PV), para que ela liderasse a área em seu governo. Michels mostrou-se animado com o conhecimento técnico de Rosi, mas não havia batido o martelo porque decidiu consultar docentes que estiveram em sua campanha.

Os professores, no entanto, não aceitaram a integrante do primeiro escalão da gestão de Clóvis Volpi (PV) e pressionaram o prefeito eleito de Diadema pela troca. Ele cedeu.

"A Rosi é grande profissional, mas temos discussões dentro do grupo. Não discuto currículo ou competência. Discuto política e pessoas de dentro da casa", justificou Michels ontem, durante sessão na Câmara. "Está 99,9% definido que o Marcos vai assumir a Educação em Diadema."

O prefeito eleito disse que pretende contar com funcionários de carreira para preencher o segundo escalão da Pasta de Educação e, assim, compor a área com quadros técnicos e políticos.

Formado em Direito, Marcos Michels se elegeu vereador pela primeira vez, porém já tinha destino certo rumo à chefia de Gabinete da administração verde. Ele havia sido escolhido para o cargo por ter trabalhado durante oito anos como assessor político de Michels e ser considerado de perfil conciliador.

A cúpula verde não definiu quem assumirá a chefia de Gabinete - vaga estratégica no governo - que hoje não conta com maioria na Câmara. Marcos já estava costurando a bancada de apoio à futura gestão.

SALÁRIOS

O próximo prefeito de Diadema confirmou também estudos para aumento no salário dos secretários. A intenção é reajustar de R$ 8.884 mensais brutos para ao menos R$ 11 mil. Ele reiterou ter dificuldade em preencher o primeiro escalão com técnicos de excelência, mas disse que não vai prejudicar os cofres públicos.

"Tenho discurso, palavra com a população e vou ter de me controlar na Prefeitura", afirmou o verde, que deve discutir com o Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema) para evitar mal-estar com o funcionalismo público. O aumento para seu governo precisa ser aprovado pelo Legislativo até o fim deste ano.