O Estado de São Paulo perdeu participação no PIB (Produto Interno Bruto) nacional em oito anos. Segundo a pesquisa Contas Regionais do Brasil 2010, publicada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os paulistas tinham produzido 34,6% de toda a riqueza brasileira em 2002. Em 2010, a fatia caiu para 33,1%. A queda, no âmbito nacional, tem um aspecto positivo, tendo em vista que representa redução da desigualdade regional.

O gerente das Contas Regionais do Brasil do IBGE, Frederico Cunha, destacou que São Paulo, com representatividade menor, continua com a maior força na economia do País. O Estado tem a maior participação na atividade econômica, seguido pelo Rio de Janeiro, que também diminuiu sua presença de 11,6% para 10,8%.

Na avaliação do professor de Macroeconomia do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo Edmilson da Silva Costa, São Paulo passou a ter peso menor no PIB nacional devido à maior distribuição das indústrias para outros Estados, como os do Norte e Nordeste. "Bahia, Pernambuco e Ceará são exemplos de crescimento da indústria."

Os dados do IBGE corroboram a afirmação de Costa. As participações do Ceará e de Pernambuco no PIB nacional subiram, entre 2002 e 2010, respectivamente, de 2% para 2,2% e de 2,4% para 2,5%. A Bahia manteve 4,1%.

"Isso também contribui para que o emprego nas regiões que estão recebendo indústrias aumente. Os moradores encontram trabalho ao lado de casa em Estados conhecidos pelos migrantes", acrescentou Costa.

Em valores nominais, os paulistas geraram R$ 1,24 trilhão em 2010, contra R$ 511,7 bilhões em 2002, apresentando avanço de 142%. O resultado ficou abaixo do crescimento do PIB do País, de 155% entre 2002 e 2010. O valor saltou de R$ 1,47 trilhão para R$ 3,77 trilhões.