Política Titulo Transição
Consórcio continua
à sombra de Paços

No que depender de reuniões entre atuais e futuros prefeitos,
Consórcio continuará lutando para tirar os projetos do papel

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
06/11/2012 | 07:41
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No que depender de reuniões de transição entre os atuais e futuros prefeitos, o Consórcio Intermunicipal passará mais uma legislatura lutando para tirar projetos do discurso e do papel. Ontem, na primeira assembleia após o segundo turno das eleições municipais, o prefeito de Rio Grande da Serra e atual presidente do grupo, Adler Kiko Teixeira (PSDB), indicou que haverá somente repasse das ações em andamento, sem encontro formal com os gestores eleitos.

"O Consórcio é mais simples do que as prefeituras que eles terão de administrar", avaliou o tucano. "São pessoas ligadas e familiarizadas ao poder público". Dos sete prefeitos eleitos, seis são novatos no comando de Executivo: Carlos Grana (PT-Santo André), Paulo Pinheiro (PMDB-São Caetano), Lauro Michels (PV-Diadema), Donisete Braga (PT-Mauá), Saulo Benevides (PMDB-Ribeirão Pires) e Gabriel Maranhão (PSDB-Rio Grande da Serra). Só Luiz Marinho (PT), de São Bernardo, tem em seu currículo a liderança de um Paço.

Ontem, apenas Kiko, Clóvis Volpi (PV-Ribeirão Pires) e Oswaldo Dias (PT-Mauá) participaram da assembleia mensal - os demais chefes de Executivo foram representados pelos vice-prefeitos. Até o fim do ano, há mais uma reunião agendada (em dezembro), que deverá focar prestação de contas do bloco de prefeitos.

Nos últimos dois anos, o grupo foi comandado por Mário Reali (PT), de Diadema. O petista deixou a liderança do bloco em maio, temendo punições eleitorais, já que o Consórcio se transformou em instituição de caráter público. No biênio, Reali tentou costurar avanços, dialogou com diversos integrantes do Estado e União, mas não conseguiu alavancar a entidade. Houve até entrega de carta de solicitações regionais, que ainda não foi implementada de fato.

A criação de projetos como Carona Solidária e Travessia Segura teve atenção especial do Consórcio, porém os números são modestos. Pesquisas da entidade apontam que, com o Carona Solidária, houve 2% de redução do fluxo de veículos do Grande ABC em horários de pico - a frota da região ultrapassa 1 milhão de veículos (leia mais na página 3 do caderno Setecidades).

A ação de maior destaque foi a integração da Defesa Civil das sete cidades e acesso direto ao sistema do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica). A medida foi intensificada no início de 2011, quando quatro pessoas morreram nos deslizamentos do morro do Macuco, em Mauá. No verão deste ano, não houve vítimas fatais e o tratamento contra enchentes foi exitoso.

 

Kiko deseja concorrer a deputado federal e pode tumultuar PSDB

O prefeito de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira (PSDB), revelou desejo de concorrer a deputado federal em 2014, em dobrada com o deputado estadual Orlando Morando (PSDB).

"Vejo que não há candidaturas com nosso perfil, principalmente na microrregião de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra", disse o tucano. "Pela minha atuação até regional, dá para capitalizar votos em outras cidades", afirmou. Kiko foi prefeito por dois mandatos, comandou o Consórcio Intermunicipal e presidiu a Agência de Desenvolvimento do Grande ABC.

A revelação do chefe do Executivo de Rio Grande da Serra molda novo cenário tumultuado no PSDB. Ex-prefeito de São Bernardo, William Dib é o único representante do PSDB regional na Câmara Federal e deve tentar renovar seu mandato. Em 2010, Dib conseguiu costurar candidatura praticamente única na região para alcançar votação suficiente para conquistar a cadeira no Congresso.

A rusga entre o grupo de Kiko e Morando com a ala de Dib ficou acentuada em 2011, durante eleição para coordenadoria regional do PSDB. O deputado federal foi eleito para o cargo envolto à polêmica.

O trabalho do PSDB, aliás, foi alvo de crítica de Kiko. Segundo o tucano de Rio Grande da Serra, a atuação da sigla nas eleições foi "desastrosa". "Houve erros crassos e tentamos avisar antes. Mas vimos que alguns interesses pessoais sobressaíram às questões partidárias". Kiko citou o fato de Lauro Michels (PV-Diadema) e Paulinho Serra (PSD-Santo André) não terem conseguido aval para concorrer a prefeituras pelo PSDB. RR




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