A Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), divulgada pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) ontem, mostra que o número de famílias endividadas caiu de 51,5% em setembro para 48,9% em outubro. É a primeira vez, depois de três meses seguidos, que o indicador fica abaixo de 50%. É considerado endividado quem tem pelo menos uma dívida, mesmo que não esteja vencida, a exemplo de compras parceladas no cartão de crédito.

O total de famílias com dívidas também diminuiu, de 1,846 milhão em setembro para 1,754 milhão em outubro. "As pessoas pensam em se livrar da dívida agora para poder adquirir novas prestações no Natal", explica a assessora econômica da Fecomercio Fernanda Della Rosa. Já o número de famílias com alguma conta em atraso chegou a 11,8% no mês passado - o menor percentual desde janeiro, quando 10,5% eram inadimplentes.

O maior nível de emprego e renda é o que tem favorecido o pagamento das contas atrasadas. O que também deve ajudar para que mais pessoas quitem seus débitos é o recebimento do 13º salário. A dica do professor de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Radamés Barones é não comprometer mais do que 30% do salário com dívidas. "Os inadimplentes geralmente são aqueles que já comprometeram acima de 50% da renda mensal." O sócio da Praxis Education Maurício Galhardo aconselha pagar as dívidas que não têm data limite para serem quitadas e que têm alta incidência de juros, como o cheque especial. Contas que já estão negociadas, como prestações de viagem, podem ser pagas normalmente.