Visando afastar boataria, o candidato do PT à Prefeitura de Santo André, deputado Carlos Grana, se comprometeu ontem a não aumentar impostos em seu governo. O petista assegurou que, no máximo, haverá correção da inflação, seguindo, segundo o prefeiturável, a linha adotada pela presidente Dilma Rousseff (PT) de estímulo ao investimento em vez de adicional tributário. "Não existe chance de acréscimo na nossa gestão. A cidade já tem arrecadação suficiente para garantir crescimento econômico."

A peça orçamentária de 2013 beira a margem de R$ 3 bilhões. Grana considerou que a administração buscará efetivar repasses dos governos federal e estadual, apresentando projetos, o que, para ele, não ocorreu na gestão Aidan Ravin (PTB). "Aproveitaremos todas as oportunidades perdidas pelo atual prefeito, que por picuinha política ou incompetência administrativa não conseguiu viabilizar", disse, reiterando que sua prioridade será firmar governo de coalizão, dialogando com todos os setores da sociedade e esferas de governo.

A figura de Grana, na concepção de analistas de plantão, é de que ele representaria ala do PT light. A busca do PT é transitar com menos dificuldade na classe média, setor no qual o partido tem menor poder de penetração. No dia 7, o deputado conseguiu diminuir a diferença de votos - em relação a eleições anteriores - na região central. Outro trunfo utilizado é o apoio do vereador Paulinho Serra (PSD), que possui votação nessa área. "Não vamos governar para um partido. Minha trajetória é de construção de acordo, diálogo pelo bem comum."

Historicamente, o PT registra menor índice de votação no Centro. Mesmo quando o prefeito petista Celso Daniel (PT), morto em 2002, venceu o pleito no primeiro turno, em 2000, ele sofreu revés nessa camada central. À época, o concorrente do PP, Celso Russomanno, ganhou nas urnas ligadas a essa região. "Nós vamos mostrar trabalho pela união pró-Santo André. Com o (ex-presidente) Lula acontecia a mesma coisa e ele transformou o País, garantindo guinada no crescimento."

O deputado fez campanha ontem em caminhão de som na região do 2º Subdistrito, pedindo votos. Nos próximos dias, lideranças da classe média irão manifestar publicamente adesão à candidatura do petista. Entre eles, o ex-deputado federal Duílio Pisaneschi, Fábio Picarelli, ligado à OAB, e o presidente da Coop, Antonio José Monte, disse o petista.

Grana reclamou novamente que Aidan dissemine uma formação de frente antiPT na cidade, "pregando ódio e medo". O prefeito começou a apelar para mentiras, segundo ele, por conta de ter saído atrás no primeiro turno - 155 mil do petista ante 135 mil de Aidan.

A lamentação se dá, em especial, à postura do prefeito em propagar com caminhão de som que Grana não é da cidade. O deputado classifica como tentativa de desqualificar sua candidatura à base da mentira. "Isso me deixa indignado, pois aparentemente ele perdeu o controle da campanha. Nasci, fui criado e moro em Santo André. Estudei na escola Rener Caram, na Vila Palmares, onde sempre votei. Depois no Senai, do Ipiranguinha. Fui diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, militante da Pastoral da Juventude aqui."