Viajar de avião ficou mais barato neste ano. O preço das passagens aéreas nacionais está 17,7% menor do que no ano passado (comparativo de janeiro a agosto frente ao mesmo intervalo em 2010). Se compararmos apenas o mês de agosto, a redução no valor dos bilhetes é de 7,7%, passando de R$ 265,24 para R$ 244,74.

Essas informações integram o relatório de tarifas aéreas da Agência Nacional de Aviação Civil, divulgado ontem. Os valores apresentados são calculados com base nos dados das tarifas comercializadas pelas empresas aéreas, mensalmente registradas na Anac, e são atualizados pelo IPCA (índice oficial utilizado pelo governo brasileiro para medir a inflação).

O preço médio da passagem aérea neste ano, até agosto, é de R$ 255,35. Há nove anos, em 2002, era de R$ 477,23, valor 46,4% menor, ou seja, quase a metade.

Na avaliação de Américo Sousa, proprietário de uma empresa de turismo em São Bernardo, isso aconteceu pela expansão sofrida pelo setor, que passou a se preparar para adquirir mais aeronaves e a atender mais pessoas. “A concorrência começou a aumentar por conta do crescimento de algumas empresas, caso da Gol, Tam, Avianca e Trip, e do nascimento de outras, como a Azul. Essas mudanças ocorreram porque o poder aquisitivo do brasileiro melhorou muito nesse período, e era preciso atender essas pessoas. Hoje muita gente deixa de andar de ônibus para ir de avião”, comenta.

E isso não significa que as passagens estejam de fato baratas, mas mostra que elas tornaram-se mais acessíveis, cujo custo cabe no bolso principalmente da classe C.

Sousa concorda que os preços dos bilhetes neste ano custaram menos do que no ano passado. “Isso é reflexo da redução da demanda. Entre as empresas, houve diminuição entre 10% e 15% na compra de passagens. Com menos gente voando, as companhias tiveram de baixar o valor. Quanto mais lotado o voo, mais caras as tarifas. Quanto mais vazios, mais baratos.”

PROGRAMAÇÃO - A agente de viagens Luciane Braido, de Santo André, dá a dica de que, para conseguir preço bom, é preciso adquirir o bilhete com seis meses de antecedência da viagem. “Assim, é possível pagar menos, já que quando um horário de voo é definido, existe espécie de lote, chamada de classe tarifária, que coloca um número de passagens com preço menor. Quanto mais próximo fica da data da viagem, maior será o desembolso.” A regra, segundo ela, vale tanto para voos nacionais como para os internacionais.

Luciane ilustra a situação ao contar que uma passagem para os Estados Unidos vendida em maio para viajar no fim do ano tinha preço de US$ 1.200. Hoje, já está em US$ 1.900. Isso sem contar o câmbio, que atualmente está mais caro. O dólar turismo está cotado em R$ 1,94; em agosto era R$ 1,66.