Economia Titulo Crise
Indústria do plástico
terá retração neste ano

O segmento sofre com o desaquecimento econômico do País;
produção de peças e embalagens de plástico deve cair até 4%

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
04/09/2012 | 07:24
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Os fabricantes de peças e embalagens de plástico devem reduzir, neste ano, a produção em 3,5% a 4% frente ao volume fabricado no ano passado, como resultado da desaceleração da economia e das dificuldades de competitividade da indústria nacional frente aos importados. É o que diz o presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), José Ricardo Roriz Coelho.

O dirigente, que participou ontem de seminário em São Paulo, assinalou que a demanda pelos produtos do setor vai crescer no País em torno de 3%, mas isso será coberto, em boa parte, pela importação.

Isso ocorre por causa de entraves à indústria nacional, observou Coelho, como o alto custo de energia elétrica, de encargos trabalhistas e da carga tributária. Há ainda questões específicas do segmento, como o aumento do preço da matéria-prima e o fato de haver número "excessivo" de micro e pequenas empresas no mercado nacional. A atividade reúne 11 mil companhias no País, das quais cerca de 500 estão no Grande ABC.

Na região, o empresário Alessandro Guardalben, diretor da empresa Poliembalagem de Mauá, relatou que as vendas caíram e os custos aumentaram. "Depois da greve da Receita Federal (que gerou atrasos na liberação de mercadorias na alfândega), houve altas sucessivas de matéria-prima (as resinas plásticas, como o polietileno). Desde o início do ano, já subiram 37%, talvez até mais", afirmou.

Também presente ao seminário na Capital, o vice-presidente da petroquímica Braskem (companhia que produz as matérias-primas para o setor do plástico), Luciano Guidolin, assinalou que as resinas são mais caras no Brasil do que em outros países por causa da alta tributação. "O custo da produção está 30% a 50% mais caro do que deveria estar", disse.

FINANCIAMENTO - Para fortalecer a competitivididade do segmento, o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) tem, há dois anos, programa chamado Proplástico. Essa linha de financiamento, que também é voltada a para a consolidação (ou seja, a fusão ou aquisição de outras companhias do ramo), já reúne R$ 300 milhões em carteira (operações diretas).

ASSOCIAÇÃO - Dez pequenas indústrias do plástico do Grande ABC formaram recentemente uma associação do segmento, chamada ADETIP (Associação de Desenvolvimento Econômico, Tecnológico da Indústria do Plástico). Segundo o diretor de comunicação da entidade, André Ganzeletch, inicia-se agora trabalho para obter o fortalecimento técnico e econômico dessas indústrias ao longo dos próximos dois anos. Entre os objetivos: melhorar a capacitação de empregados e buscar linhas de crédito para modernizar equipamentos.

 

 




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