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Judocas enfrentam maratona
Lígia Valezi
Especial para o Diário
29/08/2012 | 07:11
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Quase um mês depois dos Jogos de Londres, os quatro judocas brasileiros medalhistas olímpicos nem voltaram a vestir o quimono. Sarah Menezes (ouro até 48 kg), Felipe Kitadai (bronze até 60 kg), Mayra Aguiar (bronze até 78 kg) e Rafael Silva (bronze na categoria acima de 100 kg) ainda desfrutam a conquista recente da Olimpíada.

Mas isso não significa que estejam aproveitando a pausa para descansar. Muito pelo contrário. Os judocas não param. "Estou descansada dos treinos, mas tenho agenda cheia e muito trabalho fora do tatame", comentou Sarah Menezes, que além de atender à imprensa e seguir os compromissos da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), ministra palestras. "Sinto falta dos treinos e sei que quando voltar será doloroso", disse a campeã olímpica.

O coordenador da comissão técnica da Seleção Brasileira de Judô, Ney Wilson, explicou que o processo de assédio é natural e saudável para os atletas. "Chamo esse período de ressaca olímpica. Mas isso vale a pena, é a hora de eles curtirem. Esse é o momento do judô brasileiro", comentou.

A treinadora da equipe feminina, Rosicleia Campos, também acredita que período longe dos tatames é fundamental. "Descansar também faz parte do treino. Os último dois anos foram muito pesados", comentou a treinadora, que ficou famosa pelos gritos de incentivo aos atletas durante os confrontos nos Jogos.

Os quatro medalhista visitaram ontem à tarde a fábrica da Scania, em São Bernardo. A montadora é patrocinadora da CBJ. O movimento de funcionários foi intenso para tirar fotos e parabenizar os brasileiros.

"É bom retribuir com carinho a torcida e nossos apoiadores", contou o medalha de bronze Rafael Silva.

"Já era conhecida na minha cidade, no Piauí. Hoje é diferente pela quantidade de gente, mas gosto do reconhecimento do trabalho", disse Sarah.

Os atletas devem voltar aos treinos na próxima semana. Entre os dias 27 e 28 de outubro, eles também retornam à rotina de competições, no Mundial por Equipes, que será realizado em Salvador, na Bahia.

"Hoje só penso nos Jogos de Rio-2016, é meu principal objetivo. Para mim 2012 já passou. Agora viso passar por cada uma das etapas até a próxima Olimpíada", projetou Rafael.

Técnico afirma que esporte poderia ter subido mais ao pódio

O desempenho do judô brasileiro nos Jogos Olímpicos de Londres foi bom, mas poderia ter sido melhor. Esta é a análise do treinador da Seleção Brasileira Masculina, Luiz Shinohara.

Os judocas trouxeram quatro medalhas para o País (melhor desempenho em todas edições dos Jogos), correspondendo à meta do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e da própria CBJ (Confederação Brasileira de Judô). No entanto, o treinador explicou que a pressão psicológica da Olimpíada pode quebrar algumas expectativas, como no caso nacional.

"Ficamos com a sensação que dava para ir melhor. Por ser competição que ocorre de quatro em quatro anos, a pressão psicológica é muito grande, não é tão simples", comentou Shinohara.

Leandro Guilheiro é o exemplo mais emblemático. Líder no ranking mundial da categoria até 81 kg, o judoca caiu nas quartas de final dos Jogos e, na repescagem, não conseguiu repetir o bronze conquistado na Olimpíada de Atenas-2004 e em Pequim-2008.




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