Setecidades Titulo Justiça
Vítimas de roubo esperam
indenização há 12 anos

Cerca de 450 pessoas tiveram joias levadas em assalto
ocorrido em 1999 em agência da Caixa de Santo André

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
29/08/2012 | 07:00
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Cerca de 400 das 450 pessoas que tiveram joias roubadas em assalto ocorrido em 1999 em agência da Caixa Econômica Federal de Santo André ainda não receberam o valor da indenização. O roubo foi no dia 24 de outubro daquele ano, na unidade do banco na Rua Senador Flaquer, na região central. Na ocasião, 15 homens armados levaram 6.000 lotes de joias. O grupo também agiu em São Bernardo, São Paulo, Campinas e Santos.

O advogado das vítimas, Guilherme Hildebrand, afirma que, das 450 pessoas que tinham materiais preciosos, apenas 50 foram indenizadas. O impasse, segundo ele, se deve ao fato de o banco estar disposto a pagar somente 10% do valor das joias penhoradas, e não o total. "Em caso de penhor, o banco subavalia os itens para que os juros fiquem menores e o cliente consiga pagar o empréstimo", explica.

No dia do assalto, no entanto, a Caixa havia prometido que pagaria 150% do valor da joia penhorada. A orientação dada pela gerência de mercado do escritório de negócios do Grande ABC era que as vítimas aguardassem o chamado para recebimento da indenização. A Caixa informou ao Diário apenas que as "implicações jurídicas estão sendo tratadas individualmente conforme trâmites judiciais da lei brasileira".

Um dos clientes que ainda não viram a cor do dinheiro é o aposentado Antônio Carlos Paulino, 56 anos, morador de Santo André. Ele diz que guardava na agência cerca de 800 gramas de ouro. Ontem, o valor do metal cotado pela BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) era de R$ 109,90. Dessa forma, Paulino teria quase R$ 88 mil para receber. Caso os bens fossem avaliados em 10% do valor real, a indenização cairia para pouco menos de R$ 9.000.

O aposentado tem pouca esperança de, um dia, receber o dinheiro. "Geralmente, os processos na Justiça levam de quatro a cinco anos. Esse se arrasta por quase 13 e, até agora, não há nenhuma perspectiva de pagamento", lamenta. Paulino avalia que a burocracia se deve ao fato de a outra parte envolvida ser um órgão federal.

Para chamar a atenção sobre o caso, Paulino conta que já pensou em procurar as outras vítimas e organizar protesto diante de uma agência da Caixa. "Queria que todos se acorrentassem em frente ao banco para mostrar a situação e cobrar uma solução rápida."




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