Economia Titulo Sindical
Fundição Tupy, de Mauá,
demite 250 trabalhadores

Indústria ainda tem excedente de 200 pessoas, diz sindicato;
local precisa funcionar com, no máximo, 1.000 funcionários

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
22/08/2012 | 07:22
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A fábrica da Fundição Tupy em Mauá, que produz blocos e cabeçotes de motor para caminhões, demitiu 250 funcionários. As dispensas ocorreram 15 dias depois de a empresa, sediada em Joinville (SC), afirmar que buscaria alternativas para não realizar cortes em massa - posicionamento tomado após ameaça de greve dos 1.450 trabalhadores da unidade na região.

Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Sivaldo Pereira, o Espirro, a Tupy avisou que ainda existe excedente de 200 pessoas, já que a unidade precisa funcionar com, no máximo, 1.000 funcionários.

Questionada, a indústria afirmou que "o número de demissões é o que foi negociado com o sindicato, nem mais, nem menos". De acordo com a Tupy, "a retração do mercado automotivo, acompanhada pela instabilidade do cenário econômico mundial, tem exigido ajustes na cadeia de fornecedores de componentes do setor. Sendo assim, após esgotar opções de diversas medidas alternativas, entre elas férias coletivas, e considerando já a demanda projetada para o segundo semestre de 2012, a Tupy definiu em acordo com o sindicato dos metalúrgicos da região a redução do quadro de pessoal na unidade de Mauá."

De fato, o ritmo mais lento da economia e a retração nos pedidos da indústria reduzem drasticamente a demanda para caminhões. Somado a isso, a mudança de tecnologia nos motores para Euro 5 gerou antecipação das vendas de frotas no fim de 2011.

Para Espirro, que também é funcionário da Tupy, a situação é vista como "incompetência da empresa". "Eles admitiram que contrataram mais do que precisavam. Só neste ano foram 200 a mais."

Durante assembleia, foi aprovado benefício aos demitidos de R$ 500 em vale-compras do Grupo Pão de Açúcar por três meses, mais R$ 2.000 em dinheiro e três meses de assistência médica para os profissionais dispensados e seus familiares que também tinham o convênio oferecido pela empresa. "Quem está em tratamento médico e mulheres grávidas terão o seguro-saúde estendido por mais tempo", contou Espirro.




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