A Comissão de Finanças da Câmara de Santo André, presidida por Toninho de Jesus (Solidariedade), vai protocolar na quinta-feira requerimento de informações no TCE (Tribunal de Contas do Estado) em que solicita justificativa sobre a revisão das contas de 2010 do ex-prefeito Aidan Ravin (PSB). No documento, a bancada requer explicações dos departamentos técnicos da Corte que apontaram pela rejeição do balancete, parecer que não foi seguido pelo conselheiro Dimas Ramalho, que reverteu decisão anterior e aprovou a contabilidade.

Toninho sustentou que os integrantes da comissão, formada também por José de Araújo (PMDB) e Cosmo do Gás (PDT), avaliam como necessário o envio de relatório detalhado do Ministério Público de Contas, da Secretaria Diretoria Geral e da assessoria técnica, setores que não alteraram os posicionamentos e opinaram por negar provimento ao pedido do socialista. “Estamos questionando o porquê num segundo momento houve mudança do tribunal. Porque demos parecer desfavorável com base no mesmo entendimento dessas áreas.”

A medida é encarada no Legislativo como tentativa para protelar a votação das contas e, possivelmente, desgastar a imagem do ex-prefeito até a data do pleito. O socialista é pré-candidato a deputado federal na disputa de outubro. Caso seus balancetes sejam rejeitados na Casa, Aidan sofrerá com a dor de cabeça de recorrer à Justiça comum. O item constava ontem novamente na ordem do dia, entretanto, a apreciação foi adiada.

Outra situação comentada, nos bastidores, é o fator político que será criado durante a campanha eleitoral, com início em julho. Diante do entrave, Aidan teria que se explicar sobre os problemas na Câmara. Antes do reexame, o tribunal condenou principalmente a falta de aplicação de recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica). A Prefeitura não despendeu o mínimo de 95% da verba carimbada.

Articulador do governo, Araújo argumentou que ainda não teve tempo para ler todo o processo. Segundo o líder do PT na Casa, Eduardo Leite, a bancada não tem pressa para votar as contas. “Não vamos votar no escuro.” Correligionário, José Montoro Filho, o Montorinho, disse que os petistas vão aguardar resposta do tribunal. “Não vamos entrar no samba do crioulo doido.”