Os funcionários da unidade de Santo André da fabricante de pneus Pirelli entraram em estado de greve ontem. Em assembleia, eles rejeitaram a proposta da empresa de reajuste salarial e PLR (Participação nos Lucros e Resultados) deste ano. A data base da categoria é o dia 1º de junho.

Segundo o presidente do Sindicato dos Borracheiros de São Paulo e Região, Marcio Ferreira, a planta fabril conta com 3.000 trabalhadores. Como a carta de greve foi entregue ontem à fabricante, a direção da companhia terá até amanhã, durante a tarde, para apresentar nova proposta. “A partir deste período, nós podemos paralisar.”

A categoria pleiteava, principalmente, reajuste de 10%, percentual que leva em conta a soma de recomposição das perdas da inflação e ganho real, mais PLR de R$ 13 mil.

Porém, a Pirelli ofereceu aos funcionários reajuste salarial de 6,5% e PLR de R$ 10 mil, com pagamento no dia 4 de R$ 9.000 e no dia 18 de dezembro, os R$ 1.000 restantes.

VAIA - O sindicato colocou em primeira votação, ontem, às 14h, a proposta da Pirelli, na assembleia. A maioria levantou o braço pela rejeição da proposta. Nesse momento, Ferreira, que falava com os borracheiros em cima do caminhão de som, repetiu o chamado. “Vamos colocar mais uma vez em votação para ter certeza”, disse, ao microfone. Foi o suficiente para ser ovacionado pelos operários. Mesmo assim, ele continuou, e a maioria dos trabalhadores rejeitou, novamente, a proposta da empresa.

O dirigente lembrou que a campanha salarial mais dura com a Pirelli teve 15 dias de greve. Mas nos últimos anos, tudo foi acertado sem essa ferramenta de reivindicação. “Acredito que a companhia vai nos apresentar outra proposta antes da greve.” Contatada pela equipe do Diário, a empresa informou apenas que a linha de produção seguia em atividade ontem.