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Oposição avalia que mudança na Craisa é manobra do Paço

Empresa pública pretende alterar objeto social e interromper pagamento de taxas federais

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
22/05/2014 | 07:03
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A oposição ao governo do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), demonstrou contrariedade em relação ao projeto do Executivo que muda o objeto social da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). A proposta foi protocolada terça-feira no Legislativo.

A bancada considera manobra do Paço a tentativa de alterar o estatuto da empresa pública municipal, retirando o texto que trata sobre fins econômicos e deixando apenas a finalidade social da autarquia. A estratégia serve, segundo o Paço, para estancar o pagamento de impostos federais e de defesa em processo de dívida judicial, no valor de R$ 13,8 milhões.

Líder do Solidariedade, o vereador Ailton Lima afirmou que modificação neste momento daria legalidade para que a empresa “continue mal gerida”. “Abre mecanismos para a Craisa ser âncora de transatlântico, peso ao governo. A empresa precisa ser lucrativa. É possível manter (o caráter) a parte econômica e isso ser revertido à área social”, alegou o parlamentar, acrescentando que o projeto é precipitado. “No mínimo, a votação deveria ser adiada para depois do encerramento da CPI.”

A autarquia enfrenta sucessivos deficits financeiros, hoje de R$ 7 milhões após transferência de R$ 5 milhões do Paço. O bloco contesta que a autarquia possui fontes de arrecadação, como o aluguel de boxes e concessões de sacolão, estacionamento e posto de gasolina.

Para o oposicionista Luiz Zacarias (PTB), a autarquia perdeu o cunho social e a mudança seria estritamente no discurso. O petebista avaliou que, atualmente, a Craisa se tornou espécie de shopping center devido ao aumento do custo dos produtos. “Na sua criação, a empresa era voltada à população de baixa renda, que ia às compras com carrinho de feira. Hoje a maioria é carro importado.”  




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