Empresário garantiu que unidade da Tem Esportes
da Vila Pauliceia passava por manutenção constante
Um dos proprietários da rede Tem Esportes, Mario Leonardo Vendrami, se apresentou no início da noite de ontem à polícia. Em depoimento à delegada titular do 5º DP (Pauliceia) de São Bernardo, Telma Regina Violi Preto, ele classificou como “fatalidade” a explosão ocorrida na academia do bairro, que provocou a morte de duas pessoas e deixou 19 feridos no sábado.
Ele garantiu que a unidade passava por manutenção constante e estava com as vistorias em dia. Vendrami apresentou ainda série de documentos que comprovam a situação regular da academia, como alvará de funcionamento emitido pela Prefeitura e auto de vistoria do Corpo de Bombeiros, ambos dentro do prazo de validade. O empresário disse à polícia acreditar que o acidente tenha sido motivado pela ruptura da tubulação de gás do sistema de aquecimento da piscina, e não por vazamentos que poderiam ter sido detectados em serviços de rotina. Segundo ele, o cheiro de gás só foi notado horas antes do ocorrido. Vendrami negou que a situação fosse recorrente, conforme disseram vizinhos e funcionários.
O advogado Roberto Leonessa, que representa Vendrami e sua mulher e sócia, Eliana, compareceu sozinho pela manhã à delegacia e explicou que seus clientes ainda não haviam se apresentado por estarem “muito abalados”. “Ninguém espera uma tragédia dessas”, emendou. A promessa era de que o empresário prestasse depoimento até sexta-feira. “Mas decidimos antecipar, já que conseguimos juntar toda a documentação necessária”, explicou. O defensor garantiu ainda que seu cliente arcará com todas as responsabilidades, inclusive com os danos materiais das famílias que tiveram seus imóveis destruídos.
A perícia, que apontará as causas da explosão, será concluída hoje, segundo a delegada. Ontem, o número de feridos oficiais aumentou de 16 para 19.
Acidente é alerta para outras academias, segundo clientes
A explosão da academia Tem Esportes, no bairro Pauliceia, em São Bernardo, gerou preocupação entre os frequentadores das outras três unidades da rede na cidade. Apesar do clima de espanto com a gravidade do acidente, a movimentação segue normal nos outros três espaços (no Jardim do Mar, Rudge Ramos e Nova Petrópolis). Para os frequentadores, é importante que o episódio deixe lição aos gestores de todas as academias: estar atentos à manutenção.
“Conheço o funcionamento das caldeiras e sei que é seguro. O que houve foi falha de algum equipamento ou falta de manutenção”, destaca o engenheiro elétrico Renato Barboza de Torres, 34 anos. Mesmo com a preocupação, considerada natural, ele e a mulher decidiram manter o filho Arthur, 5, nas aulas de natação.
O motorista Geraldo Aguiar Duarte, 49, revelou apreensão após saber do acidente, no entanto, considera a estrutura da rede uma das melhores da região. Há oito meses as filhas de 6 e 11 anos são alunas de natação na unidade Nova Petrópolis. “Na quinta-feira vou procurar saber sobre o sistema de aquecimento desta unidade”, destaca.
Para o gerente de projetos de TI, Ricardo Romeiro, 37, a fatalidade deve servir de alerta para evitar outros acidentes. Ele, a mulher e duas filhas, com 4 e 9 anos, fazem natação na unidade Caminho do Mar há cerca de dois meses.
De acordo com o propagandista Henrique Soares, 27, a unidade Pauliceia era a mais antiga das quatro. “Comecei a fazer natação lá em dezembro e, com dois meses, pedi transferência. O pessoal sempre reclamava do cheiro de gás.” (Natália Fernandjes)
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