Os consumidores do Grande ABC vão gastar, em média, R$ 210,30 com os presentes para o Dia dos Namorados, em 12 de junho. Isso significa queda real de 7,5% em relação a 2013, quando a projeção era de R$ 214, com desconto de inflação acumulada em 12 meses de 6,27%. Para a economia da região, o impacto da retração não será tão expressivo, tendo em vista que a estimativa é de que o desembolso total das cerca de 350 mil pessoas que deverão adquirir presentes atingirá R$ 74,5 milhões, redução real de 5%. Mas os estabelecimentos que atendem a alta renda serão os mais atingidos, já que o segmento está menos propenso a gastar.

As informações são da PIC (Pesquisa de Intenção de Compra) Dia dos Namorados 2014, apresentada ontem pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, em parceria com as associações comerciais. Foram aplicados 750 questionários na região em centros comerciais e shoppings. Com a amostra, a metodologia utilizada permite análise de população de 2,5 milhão de pessoas com grau de confiança de 95% e margem de erro de 3,4%.

Na avaliação do coordenador do Observatório Econômico, Sandro Maskio, há quatro principais estímulos para a queda real na pretensão de gasto para a data. São elas a redução no volume de operações de crédito, a elevação do custo dos empréstimos, a inflação e a estagnação da renda do trabalhador. Soma-se ainda um cenário formado pela política monetária do governo federal, que tem como objetivo retrair o consumo para segurar o avanço dos preços às famílias por meio de elevação de juros básicos.

Outro ponto citado pelo especialista como contribuição para a redução do gasto médio é a percepção do consumidores em relação à economia e ao emprego, principalmente por causa dos recentes anúncios das montadoras de licenças, suspensões e demissões. Na prática, o efeito ainda é psicológico, mas Maskio observou que é necessário acompanhar os possíveis impactos do setor em toda a economia. “Vejo que a indústria de veículos vai influenciar muito daqui para frente.”

ESCOLHA - A principal determinante para a escolha do presente, aponta a PIC, será o desejo da pessoa a ser presenteada. Essa variável foi citada por 40,9% do universo da pesquisa. Em seguida aparecem o preço do produto, com 25,9% das opiniões, e logo após a qualidade do item, com 15,9%. Com menos relevância, consecutivamente, foram listados os descontos e promoções, o marketing e a divulgação e a sustentabilidade do produto.

Na avaliação de Maskio, esses resultados são de extrema importância para que os lojistas consigam traçar as suas últimas estratégias para garantir vendas satisfatórias neste ano.

Os namorados são o grupo detentor da maioria da intenção de compra, seguidos das namoradas, maridos, mulheres, amigas e, por fim, os amigos.

A comodidade, variedade de produtos e a segurança continuam, nos anos anteriores, critério determinante para a escolha do local da aquisição dos presentes. Isso porque 44,6% dos entrevistados revelaram a intenção de buscar os itens nos shoppings. O comércio do centro aparece na segunda posição, com 26,8% de preferência, logo após a internet (9,9%) e o comércio de bairro (6,7%).

A proximidade também foi citada com fator importante para a decisão do local de compra. E 24,5% têm como objetivo adquirir itens em São Bernardo, 20,2% em Santo André, 14,7% em Diadema, 14,5% em Mauá, 4,8% em São Caetano, 2,8% em Ribeirão Pires e 0,3% em Rio Grande da Serra.

Maskio disse que Santo André e São Bernardo garantiram a maioria da preferência, pela facilidade de acesso ao comércio, principalmente, pelo transporte público e pela infraestrutura rodoviária.

Despesas a prazo devem diminuir

A maioria dos consumidores que vão comprar presentes para o Dia dos Namorados tem a intenção de pagar com dinheiro, ou seja, 41,5%. Eles gastarão em média R$ 169, alta de 16% sobre o resultado de 2013. Outros 30% vão utilizar o cartão de crédito, e 26,3% o cartão de débito. Quanto maior a renda, mais disposição para o gasto. E, na média, quanto maior a despesa total, mais o empréstimo surge como opção viável para liquidação.

Apesar de 30% dos entrevistados apresentarem a pre<CW30>ferência para pagar os presentes por meio de cartão de credito, a previsão do total de despesas caiu 25% na comparação com 2013, atingindo R$ 237. O plástico também está na preferência da maioria com renda entre dez e 20 salários-mínimos. Esse grupo, somado aos mais abastados, representa 8,5% do universo pesquisado.

As informações são da PIC (Pesquisa de Intenção de Compra) Dia dos Namorados 2014, do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, em parceria com as associações comerciais do Grande ABC.

O coordenador do Observatório, Sandro Maskio, observou que os comércios que oferece produtos e serviços com maior valor são aqueles que poderão sentir mais. Isso porque os consumidores com maior intenção de gastos deverão utilizar o crédito para adquirir seus presentes. No entanto, terão o objetivo de gastar menos do que em 2013. “Já os estabelecimentos que atendem o público que vai gastar menos não sentirão tanto.”

Vestuários são os mais desejados

O segmento de presente mais apontado pela PIC (Pesquisa de Intenção de Compras) Dia dos Namorados 2014 é o vestuário. Com uma média de estimativa de gasto por pessoa de R$ 174, esse tipo de produto foi citado por 33,1% dos entrevistados.

Em seguida aparecem os perfumes e cosméticos. Eles estão na preferência de 19,5% da população, que tem como objetivo desembolsar R$ 185.

As flores figuram no terceiro posto da lista. Foram indicadas por 6,6% dos consumidores. No entanto, a intenção de gasto total é bem maior. Está, em média, em R$ 231.

Os jantares em casal e os passeios foram citados por 4,5% dos entrevistados. Eles gastarão, em média, R$ 257 para agradar seus parceiros.

HOMENS - Segundo a PIC, os homens continuam com o objetivo de desembolsar mais com os mimos às suas amadas, em média, R$ 214. Porém, tal valor significará redução real de 19% sobre o resultado de 2013.

Por outro lado, as mulheres, que vão desembolsar R$ 209, ampliarão as despesas totais em 5,19%, considerando inflação de 6,27% acumulada em 12 meses.

A maioria, ou 55,7%, que presenteará sua cara-metade é formada por solteiros, que gastarão R$ 182. Em seguida aparecem os casados, 35,2%, com R$ 250. Outros 9,1% estão em união estável, são divorciados ou viúvos.