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Tremores assustam Jardim Itapeva

Bairro está a 1,2 quilômetro de obras do Trecho Leste, mas vizinhos sentem impacto de explosões

Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
21/05/2014 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O barulho vem primeiro. Depois, o tremor chega em ondas, atingindo os fundos das casas e seguindo até a frente dos imóveis. Janelas, portas, lustres, tudo balança. É preciso parar o que se está fazendo até o ‘terremoto’ passar, o que leva alguns segundos. Parece cena de filme, mas a descrição acima é feita por moradores da Rua Miguel Agnello, no Jardim Itapeva, em Mauá.

Desde o início do ano o problema se repete, sempre no fim da tarde, e começou a afetar os imóveis da via, causando rachaduras. Os tremores são ocasionados pelas explosões para abertura de talude em frente ao túnel Santa Luzia do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas, na vizinha Ribeirão Pires, conforme informa a SPMar, responsável pelas obras. As intervenções ocorrem a 1,2 quilômetro da via mauaense, três vezes por semana, entre 17h e 19h. Apesar da distância, a falta de construções que absorvam o impacto, já que a obra é separada da rua apenas por trecho de mata, faz com que os tremores sejam sentidos com intensidade.

A SPMar garante monitorar os efeitos dos abalos. Disse ainda que realizou desde o início do ano 150 visitas para informar moradores do entorno sobre os procedimentos. Os vizinhos da Miguel Agnello, porém, afirmam que não foram avisados.

“Aqui ninguém veio. E não foi por falta de ligar”, disse a dona de casa Graziela Giolo, 27 anos. Seu filho pequeno, Nicolas, tem medo dos tremores e se esconde embaixo da cama. A casa tem rachaduras na parede da sala e de um dos quartos e também no teto do quarto de casal. “A gente investe no imóvel, acontece isso e quem arca com o prejuízo? Vou procurar um advogado e buscar os meus direitos”, disse o marido de Graziela, o metalúrgico Adelmo Limo dos Santos, 47.

O comerciante Claudevan Wanderley Pimentel, 53, consertou por conta própria o teto de seu bar. “Mas ainda tem rachaduras nas paredes. Não sei como isso vai ficar.”

O motorista Adão Francisco Rodrigues Limeira, 53, faz a mesma pergunta. “Desativaram a pedreira porque ela estava prejudicando os imóveis. Agora o problema é a obra.”

“Minha janela parece uma folha de papel ao vento de tanto que balança. A gente se assusta na hora”, garante o vizinho Baldoino Feitosa Xavier, 62.

A SPMar garante ter recebido ao menos duas ligações pelo 0800 774 8877 de moradores da via. Já a Defesa Civil de Mauá informou ter visitado aproximadamente 15 domicílios na localidade, garantindo que os imóveis apresentam rachaduras pequenas, sem risco estrutural. A SPMar não informou até quando ocorrerão as explosões no local. A previsão é entregar o trecho finalizado em junho. 




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