Para 67% dos brasileiros a vida melhorou no último ano e esse avanço foi fruto do esforço pessoal (52%) e de Deus (31%). Apenas 2% creditam a melhora de vida ao governo. O restante das respostas se divide entre família (13%), sorte (1%) e patrão (1%). A resposta já indica o desencontro entre a percepção sobre a vida e a vida pública: enquanto quase 70% avaliam que a vida melhorou no último ano, a porcentagem cai para 44% na avaliação sobre o progresso do País. Os insatisfeitos com o rumo do Brasil são maioria: 57% avaliam que o País não está no caminho certo e 36% pensam o contrário. Apesar da percepção negativa com relação ao Brasil, 85% dos ouvidos acreditam que a vida vai melhorar no próximo ano.
"A pesquisa deixa claro que os brasileiros estão chamando para si a responsabilidade pela melhora de vida e esperam um governo que seja plataforma para esse avanço, por isso defendem que educação gratuita e saúde gratuita sejam oferecidas", avalia o presidente do Data Popular, Renato Meirelles.
Entre os entrevistados, 81% utilizam educação pública, 75% dependem de hospitais públicos e postos de saúde e 59% são usuários de transporte público. A maioria (56%) ainda aposta que as políticas do governo são as principais formas para garantir direitos e também é maioria o grupo que apoia que o governo atue com força na economia para evitar abusos de empresas (61%).
Em sua maioria, os entrevistados disseram ser favoráveis à oferta gratuita de serviços públicos - desde hospitais (91%) até internet (54%), passando por educação, universidade, creche, remédios e transporte. Mas não basta gratuidade, é preciso também melhorar a qualidade da oferta. A nota dada pelos entrevistados para a segurança é a mais baixa: 3,64. A situação não melhora na avaliação da educação pública (4,56), saúde (3,73) e transporte (3,87).
"Percebemos na pesquisa que, em geral os brasileiros avaliam melhor os serviços privados do que os serviços públicos", complementa Meirelles.
Tamanha é a insatisfação com os serviços entregues atualmente, que apesar de 78% concordarem com a afirmação de que hoje os impostos são mais altos do que deveriam ser, 81% prefeririam uma melhora nos serviços públicos a impostos menores. Só 18% optariam pela redução da carga tributária em detrimento da melhora nos serviços.
Os entrevistados foram ouvidos em 53 cidades de todas as regiões do Brasil, com pesquisa feita entre todas as faixas de renda. A margem de erro é de 1,8 ponto porcentual.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.