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Água da Billings vai
abastecer 200 mil em SP

Sabesp vai captar 500 litros por segundo a
mais no braço Rio Grande a partir de setembro

Camila Galvez
Illenia Negrin
23/04/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


O braço Rio Grande da Represa Billings, que beneficia três cidades da região, irá garantir o abastecimento de cerca de 200 mil moradores da Capital a partir de setembro. A medida, anunciada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), integra série de ações que visam minimizar os impactos da crise do Sistema Cantareira.

A utilização do manancial da região será possível com a ampliação da capacidade da ETA (Estação de Tratamento de Água) Rio Grande. Hoje, são captados e tratados neste braço da Billings 5.000 litros de água por segundo, consumidos por 1,2 milhão de pessoas em Diadema, São Bernardo e parte de Santo André. Com as obras de expansão, será possível contar com mais 500 litros por segundo, suficientes para abastecer bairros que fazem divisa com a região, como Vila Alpina, Vila Prudente, Ipiranga e Sacomã.

“Em hipótese alguma o Grande ABC será prejudicado. Pelo contrário. Quando o Sistema Cantareira se restabelecer, os bairros da Capital voltarão a ser atendidos por ele. E a ETA continuará ampliada, o que aumentará o volume de água disponível”, afirma a diretora-presidente da Sabesp, Dilma Pena.

Desde janeiro, quando a seca atingiu o Cantareira e prejudicou o abastecimento na Região Metropolitana, a Sabesp vem recorrendo a outros sistemas para levar àgua a bairros da Capital, como o Alto Tietê e o Guarapiranga. “Podemos fazer essa manobra técnica com certa facilidade porque as adutoras são interligadas”, explica Dilma.

Ontem, o Sistema Rio Grande operava com 95,6% da capacidade; já o Cantareira estava em 11,9%, o menor índice da história.

Especialistas ouvidos pelo Diário apontam que, como medida emergencial, a ação é correta. “A Billings tem capacidade para ampliar a produção de água até o fim do ano, quando as chuvas devem voltar ao normal”, opinou o professor de Engenharia Mecânica da FEI (Fundação Educacional Inaciana e especialista em recursos hídricos Jorge Giroldo.

Já o ambientalista Carlos Bocuhy, da Proam (Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental) lembrou a importância de despoluir a água e evitar o assoreamento da represa para que a capacidade do manancial seja mantida.

Aumento de consumo irá elevar tarifa

Os cerca de 17 milhões de moradores da Grande São Paulo abastecidos pela Sabesp receberão adicional tarifário a partir de maio se gastarem mais água que o habitual. O anúncio foi feito pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que afirmou ainda que a medida complementa o plano de bônus da companhia que dá desconto de 30% para quem economizar ao menos 20%.

De acordo com a diretora-presidente da Sabesp, Dilma Pena, o objetivo é forçar a economia dos recursos hídricos, e não a aumentar a arrecadação. Clientes que consumirem volume maior que a média de 2013 terão acréscimo de 30% na tarifa. “Com a campanha de descontos, 76% conseguiram reduzir o consumo, mas 24% aumentaram. Não é justo que parte faça esse esforço e uma pequena parte, não. Temos que equilibrar”, justifica Dilma.

Já o reajuste de 5,4% na conta de água, autorizado na sexta-feira pela Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo), deve ocorrer, segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), em data oportuna até dezembro. A empresa anunciou corte de R$ 900 milhões no orçamento deste ano.

Além do Sistema Rio Grande, a região é abastecida também pelos sistemas Rio Claro (90% de Santo André e toda Mauá) e Ribeirão da Estiva, que fornece água a Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. 




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