Carla Ariane Trindade da Silva, ex-nora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deixou o cargo de gerente administrativa da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) para atuar na campanha do ex-marido e candidato a vereador em São Bernardo Marcos Lula (PT). Ela se desligou no dia 2 de julho e sua exoneração vem causando insatisfação no quadro de funcionários da autarquia.

Muitos trabalhadores da Saned já solicitaram a saída da empresa. Temem mudanças bruscas com a venda da autarquia municipal para a Sabesp, que deve resultar na Caed (Companhia de Água e Esgoto de Diadema). Mas têm ouvido da direção da Saned que não há fluxo de caixa suficiente para exonerar servidores e quitar pendências trabalhistas.

A ex-nora de Lula solicitou a demissão em maio. Depois de relutar em aceitar a exoneração, a direção da Saned acatou o pedido. E, como determina a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), pagou todos os direitos trabalhistas de Carla, que há sete anos atuava na Saned. O último salário dela era de R$ 7.173.

Funcionários da Saned, que optaram por não se identificar, revelaram que Carla confessou, antes de sair da companhia, ter recebido quase R$ 90 mil em indenizações. E afirmou também que assegurou junto à direção da empresa que retornará à Saned assim que a eleição terminar, em 7 de outubro.

A direção da autarquia negou que o cargo de gerência administrativa será mantido para regresso da ex-nora de Lula. Marcos Lula não retornou aos contatos da equipe do Diário. Carla não foi localizada.

A nomeação de Carla, divulgada em maio de 2011, foi envolta de polêmicas, justamente pelo parentesco da servidora. Em 2008, já atuando na Saned, contribuiu com R$ 50 para a campanha do prefeito de Diadema, Mário Reali (PT).