O Campeonato Paulista volta a ter um campeão do Interior. Depois de 180 minutos empatados, com cada equipe marcando um gol por partida, Santos e Ituano definiram o título nas penalidades. E o time de Itu foi melhor, convertendo sete cobranças e superando o Peixe por 7 a 6. Campeão em 2002, o Ituano volta a levantar um título estadual. Mas ao contrário de 12 anos atrás, dessa vez o Galo de Itu superou todas as equipes grandes do Estado, somando mais pontos que o Corinthians na fase de grupos, quando também bateu o São Paulo no Morumbi, eliminando o Palmeiras nas semifinais e sendo melhor que o Santos na decisão.

No começo da partida, o que sobressaiu foi o nervosismo dos dois times. No caso dos visitantes, com erros em passes simples. No Santos, os nervos à flor da pele apareciam em jogadas mais ríspidas, como numa dividida entre Esquerdinha e Cícero que gerou revolta dos atletas que estavam no banco de reservas.

O Peixe só chegou com perigo depois dos 30 minutos, em falta cobrada por Cícero, que Vágner espalmou para fora. O goleiro do Ituano salvou seu time no minuto seguinte, quando interceptou com o peito uma cabeçada de Leandro Damião depois de grande jogada de Thiago Ribeiro pela direita. O Peixe ensaiava uma blitz, arriscando de longe com Geuvânio aos 38 minutos. Dois minutos depois, o camisa dez recebeu na direita e cruzou na medida para Leandro Damião, que escorou para a chegada de Cícero, mas o meia completou para fora.

A pressão seguiu aos 44. Thiago Ribeiro carregou pela esquerda e teve chute bloqueado pela zaga. Leandro Damião furou e quando Cícero – em posição irregular – armava o chute, foi derrubado por Alemão. Pênalti. Como na primeira partida da decisão, Cícero foi para a cobrança, e – com o apoio da torcida – fez o gol.

No começo da segunda etapa, o Ituano, que parecia acuado, foi ao ataque com velocidade. Aos nove minutos, Rafael Silva e Paulinho não conseguiram finalizar. Logo depois Paulinho arriscou de fora da área, para boa defesa de Aranha.

O Peixe só voltou a assustar aos 24 minutos, quando Geuvânio recebeu na área, de frente com o goleiro Vagner, mas finalizou para fora. Logo depois, Anderson Salles dividiu com Cícero na área, mas o juiz não viu a entrada faltosa e mandou o jogo seguir.

Aos 31, Geuvânio levantou na área e Leandro Damião, numa de suas poucas intervenções corretas durante toda a final do Paulista, cabeceou para fora, em sua última participação antes de ser substituído por Gabriel. Aos 38, foi a vez do Ituano assustar, em cobrança de falta perfeita de Anderson Salles que Aranha defendeu.

A última chance santista apareceu aos 42, com Rildo completando para fora uma boa trama ofensiva.

Nos pênaltis, o Santos conseguiu a vantagem com o erro de Anderson Salles, mas erros de Rildo e Neto deram o título ao Ituano.