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Inflação sobe 0,69% influenciada pela Educação

IBGE aponta que ensino infantil teve encarecimento médio de 11,36% em fevereiro

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
13/03/2014 | 07:07
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A inflação para as famílias com renda entre um e 40 salários-mínimos, o equivalente a R$ 724 até R$ 28.960, atingiu 0,69% em fevereiro.

Para o mês, é o maior percentual desde 2008, quando atingiu 0,8%. E, como ocorre em todos os fevereiros, as mensalidades escolares foram os vilões das famílias.

Para se ter noção, só o grupo de despesas Educação foi responsável por 40% da inflação às famílias, destacou o economista chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.

A Educação teve um encarecimento médio de 5,97% no mês passado. E as mensalidades de escolas infantis foram as campeãs em inflação, com alta de 11,36%.

As informações são do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou ontem a pesquisa.

Segundo o presidente do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo), Benjamin Ribeiro da Silva, os investimentos em tecnologia e segurança explicam parte da inflação das mensalidades de ensino infantil.

“As escolas estão aumentando o seu custo para oferecer mais tecnologia aos alunos. Tem muita criança hoje que está aprendendo a mexer com tablets, jogos educativos, mesas interativas”, justificou Silva.

Outro motivo que impulsionou os preços nesse segmento educacional, segundo o presidente do Sieeesp, são os aportes em segurança. “Temos percebido que os pais têm colocado os filhos nas escolas particulares também por causa da segurança. E elas (instituições de ensino) têm elevado os custos para melhorar e aumentar a segurança, principalmente em tecnologia, como a instalação de redes de câmeras”, explicou o sindicalista.

O Ensino Fundamental ficou 10,01% mais caro, o Médio, 9,90%, o Superior, 6,77% e, a pós-graduação, 4,86%.

Procurada, a presidente da Aesp (Associação das Escolas Particulares do ABC), Valdinéia Cavalaro, preferiu não comentar o assunto. Ela afirmou que a entidade ainda aguarda retorno de muitas instituições de ensino para consolidar dados da região. Os resultados deverão ficar prontos na segunda-feira, informou.

ALIMENTOS - Depois do grupo de despesas Educação, os alimentos e as bebidas tiveram o maior peso na inflação de fevereiro. Subiram 0,56% frente a janeiro.

Coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes destacou que o leite e a carne apresentaram estabilidade frente a janeiro e não deixaram que os alimentos e bebidas pesassem tanto no bolso do consumidor em fevereiro. No entanto, a onda de calor e seca do primeiro bimestre influenciou para a alta dos preços.

Ela explicou que a seca afetou as lavouras e fez com que os custos de frutas, verduras e alguns legumes apresentassem altas consideráveis. “Outra influência foi o pão francês (0,99%), que subiu pela alta da farinha de trigo”, destacou Eulina.

O grupo habitação teve a terceira maior influência positiva entre os quatro analisados. Subiu 0,77%. O aluguel residencial, destaque segundo apresentação do IBGE, encareceu quase que o dobro da inflação geral, com alta de 1,20%.

A energia elétrica residencial também iniciou o caminho oposto de 2013. Após desoneração do governo federal nas contas de luz, que gerou deflação de 15,66%, o segmento acumula alta de 0,36% no primeiro bimestre, com queda de 0,27% em janeiro e alta de 0,63% no mês passado.

GRUPOS - Também tiveram alta os artigos de residência (1,07%), saúde e cuidados pessoais (0,74%), despesas pessoais (0,69%) e comunicação (0,14%).

Transportes (-0,05%) e vestuários (-0,40%) pisaram no freio do IPCA com deflações.
 




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