Economia Titulo Finanças
Número de moradores com dívidas em atraso cai 13,2% na região

Em 2012, 610 mil consumidores eram inadimplentes; no ano passado, contingente baixou para 529 mil

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
13/03/2014 | 07:07
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Os consumidores do Grande ABC estão melhorando a administração de suas finanças pessoais. O número de moradores inadimplentes com algum tipo de dívida, na comparação anual de 2012 contra 2013, diminuiu 13,2%.

Inadimplência, neste caso, significa ter qualquer conta vencida e não liquidada. Portanto, em 2012, 610.049 pessoas se encontravam nesta situação. No ano passado, eram 529.657.

As informações fazem parte de cruzamento de informações da equipe do Diário com dados exclusivos da Pesquisa Socioeconômica do Inpes/USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano) e de estimativas da população brasileira para 2012 e 2013 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

É necessário considerar que o resultado positivo em relação à administração orçamentária das famílias leva em conta que a população do Grande ABC aumentou. Segundo o IBGE, passou de 2,58 milhões de pessoas, em 2012, para 2,68 milhões, no ano passado, acréscimo da ordem de 4%.

O resultado do Grande ABC está de acordo com os dados nacionais apresentados ontem pela Serasa Experian. Segundo a empresa de proteção ao crédito e pesquisas econômicas, o número de inadimplentes no País caiu de 6 milhões de indivíduos para 5,9 milhões, na comparação anual.

Na avaliação do gestor da Escola Tecnológica de Negócios da USCS e professor de Economia e Finanças Norival Caruso, o número de inadimplentes caiu tanto na região quanto no País porque os consumidores querem comprar mais. “Acredito que as pessoas liquidaram ainda mais suas dívidas porque querem continuar tomando crédito (para consumir), que está cada vez mais à disposição, mesmo com as elevações dos juros”, explicou o especialista.

SEM CONTROLE - Dentro da classe de consumo B, cuja renda média familiar no ano passado era de R$ 4.444, cerca de 22,6 mil pessoas tinham dívidas em atraso que comprometiam em mais de 200% suas remunerações. Esse foi o único grupo, com contas em atraso, que tiveram avanço no número de pessoas na comparação anual, da ordem de 12,8%.

Dentro da classe C, cujo rendimento média do domicílio era de R$ 2.283, 24,2 mil pessoas tinham mais de 200% da renda comprometida com dívidas atrasadas. Esse grupo ampliou 10,6% em relação a 2012.

BRASIL - Segundo a Serasa, 36,6% dos consumidores brasileiros que estavam inadimplentes e conseguiram liquidar esses débitos até o fim de 2012 voltaram a ter contas em atraso em 2013. No entanto, esse quadro apresentou evolução positiva em relação aos anos anteriores. Isso porque em 2012, por exemplo, o percentual era de 38,9%.

Na comparação com 2011, o resultado do ano passado também se mostrou melhor. Isso porque naquela época o percentual de consumidores que tinham pago suas pendências até o fim de 2010 e contraíram inadimplência novamente era de 39,4%.

CRÉDITO - Atualmente, o principal indicador de inadimplência utilizado pelos economistas para mensurar a situação das famílias brasileiras é publicado pelo BC (Banco Central). A autoridade monetária apresenta um percentual de atrasos, por mais de 90 dias, sobre o estoque de empréstimos com recursos livres para as famílias.

Conforme a última publicação do BC, referente a janeiro, a inadimplência estava em 6,6%. Esse resultado é o menor, junto a novembro, em relação a todos os meses de 2013.

Dentre as operações de crédito para os consumidores incluídas neste indicador, o rotativo do cartão de crédito é o campeão em inadimplência. O percentual atingiu, em janeiro, 34,5%. Porém, o registro foi menor do que em dezembro (36%) e em janeiro de 2013 (36,7%).
 




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