Economia Titulo Seu bolso
S.Caetano tem refeição
fora de casa mais cara

Cidade é a terceira em um ranking elaborado com
nove cidades na Grande SP; prato custa R$ 31,80

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
12/03/2014 | 07:18
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Nario Barbosa/DGABC


A refeição fora de casa está custando mais caro para quem vai almoçar em São Caetano. Segundo dados da pesquisa realizada pela Assert (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio com o Trabalhador), junto com o Datafolha, quem escolher um restaurante da cidade para se alimentar vai gastar, em média, R$ 31,80.

O valor é correspondente ao prato de comida mais bebida, sobremesa e café. O município tem o terceiro prato mais caro dentre nove cidades da Região Metropolitana, ficando atrás apenas de Barueri (R$ 34,17) e São Paulo (R$ 33,67).

De acordo com o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, a renda dos moradores de São Caetano e de frequentadores dos restaurantes influi diretamente no valor da refeição. “Há restaurantes na cidade que já fazem uma seleção do consumidor pelo próprio cardápio, onde o preço dos pratos é bastante elevado. Por exemplo, um casal que coma moderamente gasta entre R$ 60 e R$ 100, não é o perfil de fast foods. A chegada do ParkShopping São Caetano, por exemplo, trouxe muitas franquias que atendem a uma classe média alta”, declarou.

Em quinto lugar no ranking vem Santo André, com o valor de R$ 30,44 o combo de prato, bebida, sobremesa e café. Os dois municípios estão acima da média nacional, que é de R$ 30,14.

Já São Bernardo e Diadema têm valores menores que a média, porém, ainda assim, os preços são salgados. Em estabelecimentos são-bernardenses gasta-se em torno de R$ 29,55 e, diademenses, R$ 25,43 – é a refeição mais barata do Grande ABC, segundo a pesquisa, que considerou apenas quatro das sete cidades da região. Na sequência aparecem Osasco (R$ 25,15) e Taboão da Serra (R$ 21,69).

“Cada município tem perfil diferente. Em Santo André, há o centro de restaurantes e bares que é a Rua das Figueiras, a maior concentração da região. O que não é encontrado em São Bernardo, apesar de a Avenida Kennedy oferecer diversos estabelecimentos. E, em Diadema, temos preços menores pela oferta de acordo com o perfil dos moradores, o mesmo que ocorre em São Caetano”, explicou Balistiero.

De acordo com o presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hotelaria e Alimentação do Grande ABC), Roberto Moreira, o que também influi no preço final são as despesas que os estabelecimentos têm. “O consumidor também está mais exigente, então os restaurantes gastam com os alimentos de qualidade, a mão de obra e o conforto.”

Moreira também destacou o crescimento do número de restaurantes e lanchonetes nas sete cidades. “Existe crescimento médio de 20% por ano no volume de estabelecimentos. Hoje, há mais opções de valores, cardápio e comodidade. Porém, com a vinda de grandes redes para cá, com produtos diferenciados e pouca concorrência, os preços tendem a ser maiores”, afirmou.

Gastos correspondem a 87% do mínimo

Quem sofre com os altos preços dos pratos de comidas nos restaurantes é o trabalhador que não recebe vale-refeição. De acordo com a média nacional da pesquisa, o funcionário que consumir diariamente uma refeição completa, com bebida, sobremesa e cafezinho, vai arcar com R$ 602,80 mensais.

Se ele residir em São Caetano, esse valor sobe para R$ 636 por mês, o que corresponde a 87,84% do valor do salário-mínimo (R$ 724).

O secretário de Trabalho de Santo André, Cícero Firmino, o Martinha, afirmou que o benefício do vale-refeição ou a instalação de restaurantes nas empresas é fundamental para o empregado. “Ele está trabalhando, gerando riqueza para o País, o empresário, a comunidade. Ou seja, ele precisa de uma alimentação digna.”

Segundo Martinha, os restaurantes próprios são os meios mais efetivos para atender todo tipo de trabalhador. “Temos perfis diferentes de funcionário. Tem aquele que come mais e o que come menos. O restaurante contempla todos”, afirmou.

Para quem faz refeições na região diariamente, o custo varia em média entre R$ 25,43 e R$ 31,80. Ou seja, dependendo do valor do benefício, o trabalhador pode ter que pagar uma parte do almoço.

“Por exemplo, o profissional que ganha R$ 15 por dia de vale-refeição vai ter que completar R$ 16,80 para comer em São Caetano”, exemplificou o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero.

O funcionário que trabalha em uma companhia que não cede vale-refeição, vale-alimentação ou tem restaurante próprio, pode procurar o sindicato da categoria para reclamar seus direitos.

“Não temos registro de empresas que não cedem o benefício, porém, pode ser que acabe escapando uma ou outra. Neste caso, o trabalhador deve ir até o sindicato e informar a situação. É inadmissível que no terceiro milênio você esteja trabalhando e não se alimente (com as despesas custeadas totalmente ou parcialmente pela companhia)”, desabafou Martinha.
 




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