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Juros para as famílias sobem de 5,6% ao mês para 5,8%

Cartão de crédito quebra estabilidade de 17 meses e encarece, em média, 0,71 ponto percentual

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
12/03/2014 | 07:07
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Divulgação


A taxa média de juros no País teve o nono aumento mensal consecutivo em fevereiro. Para as famílias, passou de 5,65% para 5,82% ao mês. Às empresas, subiu de 3,29% para 3,32% ao mês.

No caso do preço do crédito ao consumidor, o cartão de crédito teve grande contribuição. Aumentou de 9,37% ao mês para 10,08%, incremento de 0,71 ponto percentual, o maior entre as demais operações. Isso tendo em vista que esse tipo de empréstimo tinha média de juros estáveis desde setembro de 2012.

As informações são da Pesquisa de Juros, publicada ontem pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

São consideradas as taxas de juros cobradas nas operações do comércio, de cartão de crédito, cheque especial, financiamento de veículos, empréstimos pessoais de bancos e também de financeiras.

Entre as explicações para os avanços consecutivos da taxa média estão o incremento da taxa básica de juros, a Selic, nas últimas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central). A Selic é a base para a precificação dos juros, e as instituições financeiras acompanham a sua movimentação na hora de aplicar suas taxas.

Desde abril de 2013, o Copom tem elevado esse indicador, que passou de 7,25% ao ano, naquela época, para até 10,75% ao ano, no último encontro do comitê. Foram oito reuniões com aumentos consecutivos, que ocorreram a cada 45 dias.

Diretor executivo de estudos financeiros da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira disse que, além da elevação dos juros básicos, há outros pontos que têm influenciado nas decisões dos bancos. “Existe um cenário de inflação formado e de desaceleração da atividade econômica, que pode gerar mais desemprego. Desta maneira, há maior risco de inadimplência.”

No entanto, ponderou Oliveira, a situação não é das piores. “Ainda existe competição entre os bancos, mesmo eles sendo mais seletivos. Se não houvesse essa concorrência (entre a venda de crédito), talvez as taxas estariam bem mais altas”, afirmou. Ele completou que o fato de as instituições não terem se descolado dos incrementos da Selic, em seus aumentos nas taxas de juros, justifica a continuidade de disputa no mercado.

Miguel acrescentou ainda que, no caso do cartão de crédito, não há um gatilho para que a média tenha elevado em fevereiro. “Mas os bancos tinham segurado os juros por muito tempo, enquanto as outras taxas estavam subindo.”
 




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