Primeiro item da ordem do dia da sessão em S.Caetano é matéria do presidente, que desagrada vereadores
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O presidente da Câmara de São Caetano, Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão da Padaria (PSB), está disposto a encerrar a novela envolvendo projeto da mesa diretora para criar três cargos de taquígrafos. A matéria foi colocada na pauta há três semanas, mas os parlamentares se recusam a votá-la em represália à falta de explicações sobre diversas licitações polêmicas feitas pelo socialista no último ano.
A ordem do dia prevista para a sessão de terça-feira coloca a propositura como primeiro item para votação. A manobra inibe os parlamentares de saírem do plenário ou postergarem os trabalhos, duas ferramentas usadas nas últimas semanas para impedir a apreciação.
Diante da pauta feita pelo presidente, o plenário será obrigado a votar o texto. Sidão tomou essa postura após perceber que perdeu o controle sobre os colegas – na última plenária, o socialista colocou em votação a prorrogação da sessão e recebeu voto contrário de 16 dos 18 presentes.
O episódio ocorreu depois de acalorada discussão entre o comandante da Casa e os vereadores, na sala de reuniões. Os parlamentares queriam saber detalhes dos certames de tecnologia e materiais de limpeza – envoltos em diversas denúncias de superfaturamento e empresas polêmicas –, mas Sidão se negou a falar sobre o assunto e queria apenas explicar o texto proposto por ele.
O projeto da mesa diretora cria três cargos para taquigrafia, serviço que atualmente é terceirizado. Segundo dados no Portal da Transparência, a Casa paga R$ 14 mil por mês para a RV Taquigrafia e Eventos Ltda. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) apontou que a medida não está em conformidade com a legislação. O socialista quer regularizar a situação para evitar novas advertências da Corte. O fato pode contribuir para possível rejeição das contas do presidente, que ficaria inelegível com a condenação.
A crise entre Sidão e os vereadores começou a refletir até mesmo no Executivo. O comandante do Legislativo avaliou que os interlocutores do governo deveriam interceder a seu favor junto aos colegas, o que não ocorreu. Irritado com a postura da administração, o presidente ordenou que dois projetos importantes assinados pelo prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) fossem retirados do expediente para leitura em plenário,
ARTICULADOR
O clima ruim na Câmara reacendeu o movimento para derrubar Moacir Guirão (PMDB) do posto de interlocutor entre o Palácio da Cerâmica e o Legislativo. Os vereadores mais antigos defendem o nome de Antônio de Pádua Tortorello (PSC), que desempenhou a função durante a gestão de seu irmão, o prefeito Luiz Olinto Tortorello (1989 a 1992, 1997 a 2000 e 2001 a 2004 – morto em 2004).
A crise com Guirão se agravou após a aprovação das contas do ex-prefeito José Auricchio Júnior (PTB) referentes ao ano de 2011. A administração queria postergar a votação, mas os vereadores articularam e referendaram os gastos – apenas os vereadores do PMDB foram contrários aos balancetes.
O fato tensionou ainda mais o relacionamento entre Guirão e os parlamentares. Vereador ouvidos pelo Diário garantem conversas para a troca no posto. Pádua atua hoje no setor jurídico do DAE (Departamento de Água e Esgoto).
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