Os veículos pesaram menos no bolso dos consumidores no mês passado. O custo médio para andar de carro e fazer a manutenção preventiva caiu 0,06% em relação a junho. Entre os estímulos que contribuíram para esta deflação, o maior foi o preço do etanol, que diminuiu 2,22%.

Conforme levantamento da agência AutoInforme, o resultado de julho foi a terceira deflação no ano. E, desta maneira, os valores aos proprietários dos veículos subiram 0,78% entre o início de janeiro e o fim de julho.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ainda não publicou a inflação oficial do mês passado. Mas no primeiro semestre, ela acumulou alta de 2,32%, conforme o instituto mostrou por meio do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Na região metropolitana paulista, o IPCA revelou avanço médio de preços no primeiro semestre de 1,82%.

ETANOL - No acumulado do ano, o etanol também foi dono da maior deflação dentro do pacote de gastos dos motoristas. O preço do biocombustível reduziu 7,16%. Segundo o diretor financeiro do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do ABC), Eugênio Bianchi, os motoristas da região também perceberam a retração dos valores dos combustíveis.

"Há quatro meses, o litro do álcool na bomba custava, em média, R$ 1,89. Hoje, a maioria dos postos cobra R$ 1,69", afirmou Bianchi, o que representa queda aproximada de 10%.

Na avaliação do diretor do sindicato, os menores preços encontrados pelo consumidor são resultado do período de safra da cana-de-açúcar, matéria-prima do etanol. "A demanda do mercado externo por açúcar (alternativa de produção para as usinas) está fraca, reflexo da crise. Então, a produção de álcool teve certo incremento."

Bianchi deixou de lado as apostas para até quando o valor do combustível continuará na média de R$ 1,69. "Mas normalmente a entressafra inicia no fim de outubro e os preços do etanol sobem até o fim das chuvas (fim do primeiro trimestre de 2013)", pontuou.

A pesquisa da AutoInforme considera todos os produtos e serviços que o motorista paga para dirigir seu carro e mantê-lo prevenido de problemas mecânicos e elétricos. Entre esses itens estão os preços das peças, combustíveis, seguros e impostos de circulação.

O grupo combustível teve grande contribuição na queda de julho, com redução de 1,56%, contando com o etanol e a gasolina (-0,27%).

Como esses produtos representam grande parte dos gastos com o carro, o peso de suas quedas no índice é relevante. O alinhamento (-0,66%) e o filtro de óleo (-0,53) tiveram as maiores quedas, em pontos percentuais, atrás apenas do etanol.

ALTAS - Por outro lado, as maiores altas do mês passado foram, consecutivamente, do óleo de motor (2,16%), kit de embreagem (1,99%) e a lona de freio (1,40%). As três maiores elevações e quedas nos primeiros sete meses foram as mesmas do resultado de julho.