Economia Titulo Indústria
Acidente na Kiss ainda
impulsiona extintores

Empresas do ramo faturam com a manutenção
dos equipamentos um ano após incêndio no Sul

Pedro Souza
29/01/2014 | 07:07
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Celso Luiz/DGABC


Há um ano os estabelecimentos comerciais que vendem extintores de incêndio viram suas receitas aumentarem em até 60% por causa do acidente na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que deixou 242 mortos.

Hoje, o segmento ainda colhe os frutos do incidente, tanto com o aumento da demanda proporcionada pela mudança de cultura da sociedade, com maior preocupação em relação à segurança, como pela obrigação de realizar a manutenção dos extintores um ano após a aquisição deles.

Os empresários do setor na região concordam que, infelizmente, foi necessário um incêndio que marcou o País para a demanda por esses equipamentos ter crescimento exponencial. No entanto, entendem que a legislação, que obriga os estabelecimentos a ter pelo menos dois extintores (caso dos que têm até 50 m²) e a realizar manutenção anual, garante o faturamento com a venda dos aparelhos.

“Não é só essa ocorrência que amplia a demanda, mas como qualquer outra, desperta o interesse do pessoal. Uma tragédia, de fato, sempre aumenta a procura em relação a dias normais. Hoje também temos mais pedidos, até porque há maior fiscalização dos bombeiros”, explica o sócio-administrador da empresa de vendas e manutenção Combate Extintores e Equipamentos, de São Caetano, Manoel Ordonez Gonçalez, 78 anos. Ele atua no segmento, dentro da mesma companhia, há 26 anos.

Gonçalez calcula que 90% de seu faturamento é proveniente da manutenção de extintores. Demanda que também subiu devido ao incremento das vendas gerado na época da tragédia em Santa Maria, em 27 de janeiro de 2013. Ele estima que vende em média, atualmente, 200 equipamentos por mês, e realiza a manutenção de 3.000 no mesmo espaço de tempo. Sua maior demanda vem dos condomínios. “São obrigatórios dois extintores por andar”, diz.

O sócio e administrador da Audax, de Diadema, Leandro de Jesus, 31, afirma que a elevação nas vendas proporcionada pelo acidente na boate Kiss foi vista durante todo o ano passado. Hoje, acumula média de 200 comercializações mensais, mas garante que chegou a vender 600. Boa parte de sua receita também provém dos serviços de manutenção, tendo em vista que realiza a função, em média, em 2.500 unidades por mês.

“A maioria dos clientes que comprou em janeiro do ano passado nos procurou neste ano para realizar a manutenção”, diz Jesus, ao ressaltar que contata os compradores para que eles não se esqueçam dessa exigência. Ele destaca que 99% dos seus clientes são pessoas jurídicas, mas acrescenta que os condomínios têm destaque no faturamento. Segundo levantamento que realizou, são responsáveis por até 35% da demanda do mercado de extintores.

A distribuidora de peças para extintores Avalon Trade, de São Bernardo, também detectou forte alta da demanda logo após a tragédia, mas, atualmente, afirma que a procura se estabilizou. A expectativa da empresa é que, com a necessidade de recarga anual dos aparelhos, haja alta nos pedidos.

A auxiliar administrativa da RPE Extintores, de Ribeirão Pires, Natalia Cardoso, 22, que também notou estabilidade da demanda e espera, igualmente, que a procura para manutenção aumente.

CREDENCIAMENTO - Jesus, sócio da Audax, orienta que, antes de fechar negócios com empresas que comercializam extintores, é interessante consultar se elas estão credenciadas pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) para ofertar os produtos, por meio do site www.inmetro.gov.br/qualidade/extintor/.
Colaborou Leone Farias

 




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