Preço ‘bom de bolso’, design simples, desenvoltura urbana e mecânica confiável. Não por acaso, a Honda CG 150 é a motocicleta mais vendida do Brasil há anos, derrotando a concorrência com requintes de crueldade – de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), foram emplacadas 359.074 unidades em 2013, contra 10.706 da Yahama Fazer 150 (lançada em setembro) e 5.793 da Dafra Riva 150.

O Diário avaliou a versão Fan 150 ESD durante alguns dias e pôde comprovar o talento para rodar por ruas e avenidas de grandes centros, como as do Grande ABC. Partindo de R$ 6.900, o modelo é equipado com racional motor bicombustível monocilíndrico quatro tempos de 149,2 cm³, que desenvolve 14,3 cv de potência a 8.500 rpm e torque de 1,45 mkgf a 6.500 giros, quando abastecido com etanol.

Tais números ganham mais imponência quando lembramos que a Fan pesa apenas 115 quilos – dois quilos a menos que a geração anterior. ‘Em forma’, a CG proporciona retomadas vigorosas e acelerações mais que satisfatórias. Ponto positivo para o excelente escalonamento das marchas, que consegue exigir ao máximo o bloco, sem, porém, tona-lo beberrão. Segundo a Honda, a CG 150 faz 46,5 km/l.

A ‘tocada’ da motocicleta também é agradável pela excelente ergonomia. Ponto positivo para o novo banco, que traz maciez sob medida para a buraqueira do nosso asfalto horrível. Tal conforto é ampliado graças à suspensão, que desde a última alteração, quando ganhou cinco milímetros de curso tanto na dianteira quanto na traseira, ficou macia sem ser molenga ao extremo, evitando, por exemplo, o efeito mergulho nas frenagens – muito eficientes, diga-se de passagem.

O requinte da Fan fica por conta de pequenos detalhes. O principal deles é o painel de instrumentos com leitores digitais. Modernidade que ‘agrega valor’ e facilita muito a leitura das informações. O novo posicionamento dos comandos no guidão agrada. A ausência do corta-corrente, no entanto, faz falta no início da adaptação.

A CG 150 Fan é uma motocicleta muito agradável. Ideal para o trabalho, mas para quem também busca uma alternativa de transporte, mas não se satisfaz com uma scooter e tem pouco dinheiro no bolso. Só não é melhor dos mundos pois é, infelizmente, uma das motos mais roubadas do País. Isso, porém, é uma questão de Segurança Pública...