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Centrais sindicais em raias opostas na eleição

Representantes dos trabalhadores, CUT, CTB e Força Sindical estarão em lados distintos no pleito

Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
27/01/2014 | 07:56
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Orlando Filho/DGABC


O processo de redemocratização do Brasil após o fim do regime militar em 1985 teve a participação de inúmeras entidades de classe, incluindo o movimento sindical, que sempre teve forte implicação política, culminando com a fundação do PT em 1980. Três décadas depois, as instituições continuam com influência na política, às vésperas da disputa presidencial e ao governo do Estado. Mas as principais centrais sindicais brasileiras em atividade, CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical e CTB (Central dos Trabalhadores Brasileiros), estarão em lados antagônicos no período eleitoral.

Ligada ao PT, a CUT apoiará a presidente Dilma Rousseff (PT) na disputa pela reeleição e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha – que deixará o posto no mês que vem –, na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes.

Comandada por Miguel Torres, a Força Sindical tem como seu maior representante o deputado federal e ex-presidente da entidade Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, que deixou o PDT no ano passado para fundar o Solidariedade.

A central tende a seguir os passos de Paulinho, apoiando o pré-candidato à presidência da República Aécio Neves (PSDB-MG) e aderindo ao projeto de reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo.

Conquistando espaço no segmento sindical nos últimos anos, a CTB vive situação pluralista. A sigla tem influência política do PSB e do PCdoB. Com isso, poderá haver divisão de palanque no pleito presidencial: para Dilma por parte dos sindicalistas comunistas e simpatia dos socialistas pelo governador de Pernambuco e pré-candidato ao Palácio do Planalto, Eduardo Campos.

“Como existem essas duas correntes políticas no sindicato, haverá os apoiadores de Dilma e Campos”, declarou o vice-presidente nacional da CTB e secretário sindical do PSB no País, Joilson Antônio Cardoso.

A divisão na CTB também vai se refletir na disputa estadual. O PCdoB deve apoiar Alexandre Padilha. Já o PSB não apoiará Alckmin nem o PT, considera Joilson, embora haja articulação por proximidade com o tucano. “Buscaremos uma alternativa que tenha a ver com o nosso projeto para o Estado”, disse o sindicalista.

PSDB SINDICAL
Disposto a ampliar sua participação no movimento sindical, o PSDB lançou em 2012 uma série de núcleos sindicais pelo Brasil.

No Grande ABC, o bloco ainda não conseguiu uma atuação efetiva na região berço do sindicalismo. Apesar do início promissor, o PSDB sindical não se consolidou como força política.

O grupo surgiu justamente para buscar inserção no espaço historicamente ligado ao PT, visando se aproximar das centrais sindicais que atuam na região.
 




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