O ralo da piscina pode causar acidentes quando está destampado ou é inadequado para o tamanho e tipo do espaço.

Alguns servem para fazer a troca de água e outros para levar o líquido a brinquedos, como tobogã. Se o ralo tiver sucção (efeito de sugar) forte e tampa incorreta, pode prender o cabelo e partes do corpo de quem estiver na piscina.

Neste mês, duas meninas, de 8 e 11 anos, e um garoto, de 7, ficaram presos embaixo da água e morreram afogados porque o ralo sugou o cabelo delas e o braço do menino.

Para prevenir acidentes desse tipo, deve-se colocar tampa que impede a sucção. Outra medida de segurança é desligar a bomba que faz o ralo funcionar sempre que alguém permanecer na água. Também é recomendado instalar botão que desativa o equipamento em caso de emergência.

Está para ser votado no Congresso Nacional projeto de lei que tornará esses cuidados obrigatórios em todas as piscinas do País.

FIQUE ATENTO
Brincadeira na piscina, mar, lago, rio, cachoeira e represa precisa ter a supervisão de um adulto. Um descuido rápido pode ser suficiente para que grave acidente aconteça.

Não confie em boias, espaguetes e colchões de ar; podem estourar e são facilmente levados pela correnteza. Colete salva-vidas é mais seguro.

Na água, não pode dar empurrões, caldos, pular sobre alguém e fazer competições, como quem aguenta mais tempo sem respirar. Na praia, permaneça perto do guarda-vidas e pergunte qual é o melhor lugar para ficar. Respeite a sinalização. Bandeira vermelha significa que aquela parte do mar está perigosa.

Afogamento é uma das principais causas de morte na infância

Afogamento é a segunda causa de morte acidental antes dos 15 anos. Fica atrás apenas de ocorrências no trânsito, segundo estudo da ONG Criança Segura. Em 2011, foram 1.115 vítimas.

Muitos acidentes acontecem quando a criança está brincando ao redor da piscina e cai na água sem que nenhum adulto perceba. Se não consegue gritar por ajuda, pode demorar para ser notada. Sem respirar, perde a consciência rapidamente, coração e pulmão param de funcionar, podendo morrer.

Para prevenir acidentes, deve-se colocar grades ao redor da piscina com pelo menos 1,5 m. Até os 2 anos de idade é possível se afogar em banheiras, baldes e até no vaso sanitário. Três dedos de água já representam perigo. Por isso, os adultos têm de deixar a porta do banheiro sempre fechada.

Aprender a nadar em escolas especializadas é importante, mas não suficiente. Às vezes, é difícil escapar da correnteza ou pode ter cãibra, que impede os movimentos. Muitos adultos que morrem afogados diziam saber nadar.

Saiba mais

Afogamento ocorre quando entra muita água pelo nariz e boca e invade o aparelho respiratório.

Em situação de risco na água, não entre em pânico. Procure ficar calmo, tente boiar e grite por socorro.

Se alguém estiver em perigo, chame o guarda-vidas e ligue para o Samu no 192 ou o Corpo de Bombeiros no 193.

Na infância, a maioria dos acidentes (como afogamento) poderia ser evitada, de acordo com especialistas.

Maria Eduarda Teodoro Ramos, 11 anos, de Santo André, viu nos noticiários os casos de afogamento causados pelo ralo da piscina. “Tem de tomar cuidado quando brinca na água”, diz a garota, que nunca nada sem companhia. “Se estiver sozinha e começar a me afogar, ninguém vai ver.” Fã de mar e piscina, ela acredita que a melhor forma de se divertir com tranquilidade é com um adulto por perto.

Consultoria de Alessandra Françoia, coordenadora nacional da ONG Criança Segura, Kleber do Vale, tenente da Polícia Militar e porta-voz do Corpo de Bombeiros, e Marcelo Barros, diretor da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático.